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«Já tinha dito que ia fazer isto»

Foi o «desespero» que motivou homem a barricar-se num banco em Gaia

Avelino Ferreira é amigo do homem que se barricou esta manhã numa dependência do banco Montepio Geral, em Gaia. Ver o amigo nas notícias de abertura dos telejornais não o surpreendeu. «Ele já tinha dito que ia fazer isto», afirmou.

Segundo Avelino Ferreira, foi o «desespero» que motivou esta atitude. «A casa ia ser leiloada porque ele tinha dívidas ao banco. Dizia que estava a ser roubado porque num ano, aumentaram-se a dívida em cinco mil euro», contou aos jornalistas. «Ele é um homem honesto e queria pagar a dívida, mas não conseguia».

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A descrição que fez ao amigo coincidiu na perfeição com o que acabou por acontecer: «disse que ia entrar no banco com a arma que tem e dizer que tinha explosivos, mas claro que não ia levar nenhuma bomba. Segundo Avelino Ferreira, «ele não ia fazer mal a ninguém. Só queria intimidar, chamar a atenção para poder negociar a situação com o banco. Por isso é que não avisei a polícia. Achei que era a melhor coisa que ele podia fazer».

O homem que esta manhã se barricou no Montepio tem 60 anos, é casado e tem um filho. Esteve emigrado na Venezuela e desde então usa uma arma, que, segundo o amigo, está devidamente licenciada. É dono de uma sapataria em Gaia e de uma casa na Arrifana, a tal que será leiloada por falta de pagamento. Avelino Ferreira conta que o imóvel vale cerca de 50 mil contos. «Ia acabar por ser vendido aí por uns 20 mil», diz, para justificar o acto do amigo, a quem considera que não deveriam ser aplicadas represálias.

«Nem tive tempo de lavar a cara»

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Foi por volta das 9.40 h que o homem entrou no banco e pouco depois o gerente alertou a polícia para a situação. Funcionários e clientes conseguiram fugir da dependência e até o gerente, com quem o homem queria negociar, também arranjou forma de escapar. Mas a ameaça de explosivos, que o homem dizia ter consigo, obrigou à evacuação do edifício.

Lá em cima, no segundo andar, Liliana Damas, uma jovem de 24 anos, dormia. Foi a PSP quem a acordou às 9.50 h e lhe contou o que se passava. «Disseram-me que estava uma homem com uma bomba no banco».

Depois foram dois minutos até ser retirada de casa. «Só me deixar vestir qualquer coisa e trazer o cão. Nem tive tempo de lavar a cara», contou ao PortugalDiário.

«Assustada», foi ter com a mãe que trabalha perto. Mais de quatro horas depois, mãe e filha tentavam conter a impaciência do cão. A PSP mantinha o perímetro de segurança e ainda não podiam ir para casa. Apesar do transtorno, admitiam que «é melhor assim. Quanto pudermos ir, já temos a certeza de que é seguro», afirmaram.

Mas nem todos foram tão compreensivos. Com o trânsito cortado nas principais artérias da cidade e linhas policiais que impediam a passagem dos peões, o transtorno foi muito e as queixas acabavam por ser feitas a um dos muitos agentes da PSP que estavam no local. uns queixavam-se de não poderem passar, outros queriam saber onde estavam os autocarros e os táxis e havia até quem pedisse para libertar o homem. «Coitado, ele não tem culpa. Os bancos e o Estado é que estão sempre a roubar-nos e levam, as pessoas ao desespero», afirmavam alguns transeuntes.

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