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Não passam noite no hospital porque têm sida

Casal diz ter sido alvo de «discriminação». Hospital nega acusações

O Hospital de Santa Luzia, em Viana do Castelo, reagiu esta quinta-feira à notícia avançada pelo PDiário, desmentindo que uma mãe com HIV tenha tido uma filha na rua, por ter sido «discriminada» naquela instituição. «Seria impensável tal coisa e recusamos que a doente tenha tido hemorragias, durante o exame feito no dia anterior», frisou a director clínica, Amélia Marques.

O casal, Artur e Paula (nomes fictícios), diz que recorreu a uma consulta porque a mãe estava com hemorragias e que o exame demorou uma hora. No dia seguinte, Paula acordou com contracções e hemorragias e foi ao hospital, mas a meio do caminho, tiveram de parar porque a bebé teimou em nascer mais cedo, com sete meses.

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«Não é todos os dias que nascem crianças na rua», diz médica

A directora clínica considerou «normal» a situação e, sem o PDiário ter fornecido o nome dos país e da criança, conseguiu identificar prontamente a situação. «Não é todos os dias que nascem crianças na rua», explicou.

«Eu sabia que o hospital ia reagir com filmes», afirmou Artur, segundo o qual, depois de a bebé ter nascido, «a médica chamou-nos ao gabinete e pediu» para não ficarem com a criança durante a noite, em internamento, porque «as pessoas não estavam habituadas à nossa presença», aludindo ao HIV e ao facto de «Paula ainda ter hemorragias depois do parto».

Processo da mãe «perdia-se todos os dias»

«Só estamos nós os três neste gabinete, mas todos sabem que temos HIV», terá dito Artur à médica que terá respondido que naquele hospital «tudo se sabe».

O pai acusa ainda a médica e o hospital de incompetência. «Só o nosso processo se perdia todos os dias. A minha mulher aparecia às 8h00 e esperava até 13h00, enquanto procuravam o processo».

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Ecografia marcada para depois do parto

O casal alude ainda a um facto curioso: a cesariana terá estado marcada para dia 15 de Março e a ecografia para dia 27, depois do parto. «Eu tenho isso em documentos, é completamente estúpido. Essa médica devia estar a plantar batatas e não no hospital», ironizou.

Amélia Marques referiu que a grávida foi mal vigiada porque «recorreu tarde ao hospital» e que este negou o pedido de aborto, porque «o parto era viável sem a bebé correr riscos de contrair HIV». Paula assegurou que só faltou uma vez por estar «doente» e recorreu ao hospital três meses depois, porque o médico que a assistia «considerava normal não ter período dada a medicação».

Hospital diz que a mãe ameaçou fazer aborto em Espanha

A clínica acusou ainda a mãe de ter faltado a «várias consultas» e de ter dito, em reacção ao parecer negativo, «que não ia aparecer mais no hospital e ia a Espanha fazer um aborto». Confrontada, Paula afirmou que «é tudo mentira» e que não tem posses para isso. «Nunca liguei à Abraço, porque nem tenho dinheiro para telemóvel», aludiu Artur.

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«Quero que o hospital pare com estas coisas que eles sabem o que são»

Segundo informações da unidade de saúde, Paula está a ser seguida naquele hospital desde 2004 e este foi o seu terceiro parto. Pelo seu historial clínico e por ser portadora de HIV, a directora clínica explicou que «está a ser estudada a possibilidade de ser realizado um tratamento anticoncepcional» a Paula. A entidade não confirma, mas Paula diz que está com uma depressão pós-parto.

«Quero que isto pare, que o hospital pare com estas coisas que eles sabem quais são. Não quero que isto volte a acontecer com outras pessoas», referiu Artur, que não faz queixa porque não tem «dinheiro para ir para o tribunal».

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