O presidente da Reserva Federal (Fed) norte-americana, Ben Bernanke, tem-se lançado numa campanha mediática em torno da instituição monetária.
O objectivo é mostrar uma maior transparência do organismo encarregado da regulação monetária, fiscalização de bancos estrangeiros e da defesa do consumidor. Mas também recuperar a confiança dos cidadãos que acreditam que a Fed falhou na sua missão e vêem nas suas políticas a culpa da crise juntamente com as grandes instituições financeiras e os seus dirigentes.
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Bernanke já foi entrevistado por duas estações de televisão CBS e PBS, já escreveu artigos para diversos meios de comunicação, como o Wall Street Journal e tem aparecido publicamente em várias reuniões do Congresso, diz o «El País».
Queda da popularidade da Fed é outro motivo da campanha
Na sua última entrevista, Bernanke explicou que as medidas agressivas, como a queda das taxas de juro para mínimos históricos, que têm sido criticadas pelos analistas e investidores, eram indispensáveis: «Quando se está numa situação como esta, uma tempestade perfeita, por vezes deve-se fazer coisas que são pouco ortodoxas, fora do convencional».
A queda de popularidade da Fed é outro factor que contribuiu para o envolvimento do seu presidente nesta campanha mediática. Bernanke termina o seu mandato de quatro anos no próximo mês de Janeiro e deverá mostrar o seu mérito para ser reeleito por Barack Obama.
A crise tem mostrado que o banco central dos EUA não é infalível. O Governo de Obama quer evitar suspeitas sobre a gestão de uma organização que poderia tornar-se o supervisor do sistema e está a ponderar um pedido ao Escritório de Contabilidade do Governo para fazer uma auditoria à Fed, algo que alguns analistas, para além do próprio Bernanke, consideram uma perigosa interferência governamental. «Não creio que o povo norte-americano queira que o Congresso faça a gestão da política monetária», disse numa entrevista ao canal PBS.
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