Se as sondagens servirem para uma leitura nesta recta final antes das eleições no Reino Unido, os conservadores vencem, pondo termo a treze anos de governos trabalhistas.
As mesmas sondagens, que oscilam numa diferença entre os dois grandes partidos, que vai dos 3% aos 9%, também nos dizem que dificilmente sairá deste acto eleitoral um governo com maioria nos Comuns. Ou seja, vamos ter, depois de muitos anos, um terceiro elemento político a merecer a nossa atenção: os Liberais-Democratas, liderados por Nick Clegg.
PUB
Se recuarmos ao tempo em que este cenário se colocou pela última vez, estaremos no ano de 1974. Os conservadores, liderados por Edward Heath venceram as eleições de Fevereiro sem maioria e tentaram uma negociação com os Liberais, sem consequências. Melhor, a consequência foi precisamente uma nova ida às urnas em Outubro, com o resultado a inverter-se por completo, tendo Harold Wilson conquistado a maioria para o Labour.
Não sabemos se a história se repetirá em 2010. O que provavelmente vamos assistir é a uma convergência necessária entre conservadores e liberais-democratas, cujas ideias de big society vs. big state podem aproximá-los. Mais: pode vir a ser crucial para o apelo ao voto útil nos conservadores para impedir mais cinco anos de Labour no poder.
Por outro lado, voltando à história, podemos também assistir a um outro fenómeno, que faz vingar na hora eleitoral e numa altura de crise económica, o perfil de continuidade em vez da mudança: foi assim com John Major, pode ser assim com Gordon Brown. De qualquer forma, o cenário de coligação é o mais expectável, não sendo de excluir, num quadro ainda mais competitivo, que os partidos regionais também possam vir a ter uma palavra.
Por fim, estas renhidas eleições serão também as primeiras com confrontos televisivos entre os três principais candidatos, todos durante este mês: amanhã, 15 (ITV), a 22 (Sky News) e a 29 (BBC). Cada debate durará 90 minutos, sendo os primeiros 45 de cada um dedicado respectivamente aos seguintes temas: política interna, política externa e economia. Vale bem a pena segui-los, porque podem fazer toda a diferença.
PUB