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Myanmar: mortos e pânico na rua

Foram tiros para o ar, de advertência, para dispersar cerca de 70 mil manifestantes. Mas há vários mortos, entre eles um repórter fotográfico japonês. Soldados usaram gás lacrimogéneo e polícia agrediu com bastões cerca de mil pessoas que protegiam quatro monges. Durante a noite terão sido detidos entre 200 e 500 monges budistas

(Actualizado às 15.40h)

O exército disparou esta quinta-feira tiros de advertência para dispersar cerca de 70 mil manifestantes das ruas de Rangum, depois de ter dado 10 minutos aos manifestantes para se retirarem, sob pena de sofrerem medidas extremas.

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A repressão dos protestos provocou várias vítimas mortais, incluindo um cidadão japonês, disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros japonês. As últimas notícias dão conta de nove mortos, apesar da polícia garantir que foram disparos para o ar, para dispersar os manifestantes.

A Embaixada do Japão em Rangum já foi contactada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros birmanês com a informação de que um presumível cidadão japonês, de cerca de 50 anos, foi encontrado morto nas ruas de Rangum, segundo um funcionário diplomático que pediu anonimato.

O enviado do diário espanhol El Mundo, David Jimènez, afirmou, entretanto, que testemunhou directamente a morte do japonês, um repórter fotográfico.

Segundo o jornalista espanhol, o fotógrafo japonês foi atingido por uma bala quando os soldados e polícias birmaneses disparavam indiscriminadamente para dispersar cerca de mil manifestantes, perto do pagode de Sule.

A agência alemã DPA noticiou por seu lado, citando um fotojornalista birmanês, que dois estrangeiros foram mortos em Rangum, um asiático e um caucasiano, e que há indicações de que se trata, em ambos os casos, de repórteres fotográficos.

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De acordo com a página digital da estação de televisão britânica Sky News, os soldados usaram gás lacrimogéneo contra os manifestantes.

Nas imagens difundidas pela Sky News, centenas de manifestantes - já não maioritariamente monges - fogem dos soldados, sob nuvens de gás. Cerca de 200 soldados encontram-se no centro da cidade, segundo testemunhas citadas pela Sky.

Os militares percorrem o centro da cidade, com megafones, e aconselham as pessoas a regressarem a casa, enquanto disparam tiros de advertência.

Segundo testemunhas, citadas pela Sky, a polícia, munida de bastões, agrediu cerca de mil pessoas que protegiam quatro monges, em Rangum.

As manifestações em Rangum, principal cidade da Birmânia, têm-se sucedido nos últimos dias, na maior demonstração de contestação ao regime, em duas décadas, depois de milhares de estudantes pro-democracia terem sido mortos em 1988 pela junta militar.

Recorrendo ao uso da força pela primeira vez, este mês, a segurança birmanesa atacou dois mosteiros budistas, em Rangum, durante a madrugada e, segundo testemunhas, deteve entre 200 e 500 monges, relata a Sky News.

Myint Thein, porta-voz do partido da líder da oposição e Nobel da Paz, Aung San Suu Kyi, em prisão domiciliária nos últimos 18 anos, foi também detido.

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