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São Paulo: um acidente à espera de explicações

Pilotos falam em problemas na pista, erro humano e excesso de tecnologia

As causas do acidente aéreo que aconteceu esta terça-feira à noite no aeroporto de Congonhas, na cidade brasileira de São Paulo, ainda estão a ser investigadas pelas autoridades. Mas, antes de haver uma versão ofical, já foram avançadas algumas pistas para perceber o que aconteceu, como os problemas na pista, as condições climatéricas, um eventual erro humano ou até o «excesso de tecnologia».

Alguns pilotos brasileiros ouvidos pelo Diário de S. Paulo apontaram como causa mais provável aquele que foi um dos aspectos que entrou nas primeiras notícias do acidente: os problemas da pista de Congonhas.

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Segundo eles, a pista não deveria ter sido aberta com obras inacabadas. A ausência de ranhuras no pavimento que servem para melhorar a travagem das aeronaves e o escoamento das águas pluviais poderá ter sido dificultado o trabalho do piloto num dia de chuva, referiram.

Um deles afirmou ao jornal brasileiro que numa possível combinação fatal de falhas não deverá ser posta de parte a possibilidade de ter havido erro humano na abordagem à pista e uma ultrapassagem do chamado ponto de toque, por parte do piloto. «Se ele tocar além desse ponto, terá pouco espaço para travar. Talvez ele tenha notado esse erro, pensado em levantar novamente e desistido», disse o piloto, que tal como os outros consultados pelo jornal preferiu manter o anonimato.

Esta opinião foi reforçada pelo escritor e piloto Ivan Sant`Anna, que sublinhou a eventualidade dos problemas da pista terem potenciado um possível erro humano. «Na minha opinião ele tentou levantar. Mas estava no pior dos mundos. Tinha velocidade a mais para parar e velocidade a menos para levantar voo», disse ao Diário de S. Paulo.

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Alerta para pista «escorregadia»

Outras das causas equacionadas de imediato foi o mau estado do tempo. De acordo com o jornal Folha de São Paulo o piloto terá mesmo recebido dois avisos da torre de controlo, quatro minutos antes de aterrar.

Segundo o jornal, o operador terá insistido na necessidade de uma aproximação cuidadosa à pista, que estaria escorregadia.

Excesso de tecnologia

Uma pista menos evidente para perceber o acidente, pelo menos para quem não conheça o avião acidentado, foi avançada pelo presidente do Sindicato Nacional dos Pilotos de Aviação Civil (Sinpac) do Brasil, Hugo Stringhini.

Citado pelo sítio na Internet Terra, Stringhini apontou o «excesso» de tecnologia a bordo do Airbus A320 da TAM como um possível entrave a uma manobra de emergência.

O presidente da Sinpac considerou plausível que quando o comandante tentou levantar o aparelho os computadores não tenham «entendido» esta ordem, já que estariam em modo automático de aterragem.

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«O A320 tem operação automática, não tem um backup mecânico. O piloto pode ter tentado um toque e tentado levantar, sendo que a aeronave estava configurada para pouso», disse Stringhini, citado pelo Terra, acrescentado que os comandos deste avião não «atendem a comandos abruptos».

Ministro diz que não foi uma «questão de segurança»

Também citado pelo Terra, o ministro brasileiro das Relações Institucionais, Walfrido dos Mares Guia, disse que o acidente não é «questão de segurança».

O governante apontou ainda que a «questão da pista» e as «condições em que o avião tocou o solo» irão ser investigadas, mas apelou a que não fossem feitas «especulações» sobre o caso.

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