«Hoje de manhã recebi telefonemas de pessoas e amigos a relatarem não apreensões de documentos, mas detenções de condutores portugueses e mesmo angolanos com carta portuguesa», referiu ao PortugalDiário um alto executivo português a trabalhar em Luanda, Angola há quatro anos.
«Hoje, pela primeira vez, constatei uma verdadeira caça ao condutor português. Foram inúmeros os carros que se viram parados e inúmeros os condutores a entrarem nas viaturas da polícia de trânsito». Apesar do aparato, não foram divulgados quaisquer comunicados oficiais a alertar para a situação, frisa o português.
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O executivo, que pediu anonimato, referiu ainda que a partir da manhã desta segunda-feira faz uso de motorista, dado que tem apenas carta portuguesa.
Portugueses são abordados como criminosos
Por outro lado, o gerente refere que apesar de «todas as histórias que possam ser contadas» e não querendo pender a questão sobre o racismo, os portugueses brancos sempre foram abordados pelas autoridades com frequência.
Segundo o executivo, a detenção pública de um condutor português «é mais do que motivo para gozo e insultos». «É triste e humilhante sermos abordados como criminosos», lamenta.
«Já fui mandado parar vezes sem conta desde que vim para Luanda, mas até hoje nunca paguei uma multa. Enquanto nos for fácil o suborno barato, evitam-se chatices e perdas de tempo», afirma.
Questionado sobre sobre o assunto ter ganho outros contornos com a detenção do jogador benfiquista, Mantorras, o executivo é linear considerando que «foi preciso um herói nacional ser primeira página em Portugal», porque antes nunca se tinha comentado nada «sobre represálias e vingança».
O português considera ainda que não se devia focalizar esta questão em torno dessa situação mediática, dado que «esse jogador já teve problemas com documentos ilegais no passado» e o problema afecta não só portugueses, mas também angolanos.
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