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Natal é solidário . . . em Janeiro dá-se a «amnésia»

PDiário: Leilões, campanhas em hipermercados, donativos em géneros e dinheiro. Uma rádio «alugou» um animador para fazer as vontades aos ouvintes mais beneméritos. E há quem queira levar crianças desfavorecidas para casa durante a ceia de Natal. Dezembro é o mês mais altruista do ano

Quem diz que Dezembro não rima com generosidade está definitivamente enganado. Particulares e empresas desdobram-se em iniciativas de apoio aos mais carenciados. Os donativos, em géneros e dinheiro, e as iniciativas sucedem-se. Porque no último mês do ano todos pensam no semelhante. «Chega o dia 1 de Janeiro e ficam com amnésia», ironiza Cristina Ferreira, coordenadora da «Obra do Frei Gil casa do estudante», instituição que acolhe 20 crianças, no Porto.

Natal é tempo de vacas gordas para esta instituição. «Nesta altura, há uma dinâmica enorme, os apoios aumentam 200 por cento», acrescenta. Além de géneros e dinheiro, há quem durante a quadra festiva se disponha a levar uma criança para casa. Mas só as chamadas «famílias de afecto», que conhecem e acompanham estes menores durante todo o ano, estão autorizadas a fazê-lo.

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Os pedidos esporádicos são «folclore do Natal» para a coordenadora da Obra do Frei Gil. A intenção pode ser boa, «mas as pessoas esquecem-se de que a criança não é um objecto decorativo para mostrar à família no dia 25 de Dezembro», refere Cristina Ferreira, que sublinha «a violência de colocar um menor num ambiente estranho».

Os vários sócios da «Casa do Caminho», instituição de Matosinhos que acolhe 60 menores, na sua maioria bebés, já sabem que basta um telefonema para ficarem a par das necessidades da Casa. «Umas vezes temos carências específicas, como por exemplo de nebulizadores, mas regra geral o que nos falta são coisas tão simples como papel higiénico, fraldas [«gastamos sete mil por mês»], cremes, produtos de higiene ou papas», refere a presidente Maria da Luz.

Conscientes do espírito solidário que transforma o mês de Dezembro num período de altruísmo, dois sócios da Casa organizaram um jantar de beneficência com a ajuda de um hotel da cidade. Juntaram 120 pessoas e leiloaram vários quadros, peças de design «tudo doado» e que rendeu uma boa verba à instituição.

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Também os hipermercados se associam à quadra natalícia. A «Missão Sorriso» do «Continente» ainda está a decorrer e já foram vendidos mais de 500 mil Livros/CD da «Leopoldina e o Mundo Encantado dos Brinquedos», ultrapassando os valores do ano passado. De acordo com fonte da empresa trata-se de um «projecto de solidariedade social que visa doar equipamento médico/científico e lúdico/didáctico a 19 hospitais de Norte a Sul do país».

A empresa destaca outras iniciativas fora da quadra natalícia, nomeadamente, de apoio às escolas. Mas, acrescenta, que «o Natal é uma época do ano em que as pessoas são particularmente mais solidárias, apesar de a receptividade ser grande durante todo o ano».

Os postais de Natal da UNICEF já são largamente conhecidos, e, segundo fonte da Cruz Vermelha Portuguesa, este ano foram colocados à venda 55 mil 929 postais em Portugal, um número ligeiramente inferior ao do ano passado.

Nas ondas da rádio também se fala em solidariedade nesta época. A Cidade FM decidiu alugar um animador, durante uma hora, para executar uma tarefa aos ouvintes que fizessem a maior oferta. Os valores e géneros recolhidos revertem para a «Crinabel», uma Instituição de Ensino Especial e Solidariedade Social, que tem como objectivo a educação, reabilitação e integração de pessoas com deficiência.

Pedro Marques, o animador alugado, contou ao PortugalDiário que o objectivo era fazer «uma chamada de atenção» aos ouvintes do programa (que, na sua maioria são muito jovens). E parece que resultou. Depois de Pedro Marques ter sido «obrigado» a arrumar um quarto, dar banho a um cão, dar aulas de código em fato de banho e cantar os parabéns vestido de Pai Natal, a «Crinabel» irá receber roupas, brinquedos, DVDs, jogos e algum dinheiro.

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