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A porta-voz do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, acusou este domingo, em Coimbra, Passos Coelho de mentir ao negar o aumento do IVA, incentivos à emigração ou cortes em subsídios, defendendo que na política tem de se responder com verdade.
"Na política, respondemos pela vida das pessoas e respondemos com verdade e chamamos os nomes às coisas", afirmou Catarina Martins, frisando que são necessárias políticas que tratem com dignidade as pessoas, sendo que essa mesma dignidade "começa numa democracia a sério, onde se fale a verdade e onde as palavras têm significado".
"Durante estes anos, foram cortados os rendimentos de quem menos tem. Passos Coelho mente quando diz o contrário. Durante estes anos, aumentou-se a taxa do IVA. Passos Coelho mente quando diz o contrário. Durante estes anos, o Governo apelou à emigração. Passos Coelho mente quando diz o contrário", criticou Catarina Martins, referindo-se ao primeiro-ministro como uma "espécie de Alice no País das Maravilhas que pode dizer que as palavras ganharam novo significado".
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Talvez, sublinhou a porta-voz do BE, Passos Coelho considere que as pessoas sejam "lentas" ou "lerdas de entendimento", e que não se apercebam do aumento do IVA da restauração e da luz ou dos cortes nos rendimentos dos mais pobres, exemplificou.
"Não andamos aqui a tomar chá e a fazer de conta que é possível que todas as palavras tenham significados vários e sorrirmos todos como se tudo isto fosse uma mera troca de galhardetes", asseverou, defendendo que são necessárias soluções que devolvam rendimento "a quem mais o perdeu" e que permitam uma "economia com emprego".
"Somos solidários com os gregos e com as gregas, porque defendemos intransigentemente a democracia e a dignidade", salientou.
Na versão preliminar do manifesto, o BE defende a implementação de uma "revolução fiscal" que acabe com a "punição do trabalho", abatimento de 60% da dívida, com juro de 1,5% e pagamento entre 2022 e 2030, combate às remunerações "globais abusivas" de administradores de empresas, 1% do PIB para a Cultura ou a exclusividade dos profissionais no Serviço Nacional de Saúde.
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