O Presidente da República, Cavaco Silva, defendeu este sábado que «o Estado não é fonte de todos os remédios» e pediu o empenhamento da sociedade civil no combate à exclusão social num «Portugal a duas velocidades», refere a Lusa.
Cavaco Silva organizou hoje, em Santarém, a conferência «Compromisso Cívico para a Inclusão», para fazer um primeiro balanço da sua iniciativa do Roteiro pela Inclusão, iniciado há um ano, e que já o levou a 20 concelhos do país.
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Em declarações aos jornalistas, no intervalo para o almoço, o Presidente da República destacou a importância dos temas em discussão porque «afectam a vida de milhares e milhares de pessoas».
O que está em debate «é o outro Portugal, o Portugal a duas velocidades, que é esquecido por alguns, o Portugal dos deficientes, o Portugal dos pobres, das crianças vítimas de violência, dos imigrantes clandestinos», disse.
Apesar da gravidade do problema, Cavaco Silva afirmou ter visto, durante o último ano, em que fez quatro edições do roteiro, vários bons exemplos de empenho da sociedade civil no combate à exclusão, como na área do voluntariado.
O Chefe do Estado fez a defesa do empenho da sociedade civil no combate à exclusão social, por considerar que «o Estado já faz muito».
«Eu não acredito que o Estado possa fazer tudo. Temos muito o hábito de esperar que o Estado resolva todos os males e que é fonte de todos os remédios», afirmou.
Durante a conferência, que reunirá cerca de 1.200 pessoas de organizações que se dedicam ao combate à exclusão, algumas delas visitas pelo Presidente durante os roteiros, estão previstos painéis sobre o crescimento económico, as desigualdades de distribuição de rendimentos e a competitividade e sobre o contributo dos cidadãos e das organizações para a inclusão.
O encontro é encerrado por Cavaco Silva, que terá como convidados especiais o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, e o ministro do Emprego e da Segurança Social, Vieira da Silva.
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