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Incêndios: três «oásis» no meio das cinzas

PDiário: Enquanto o país lamenta os mais de 240 mil hectares de floresta ardida, há quem tenha aprendido com os erros e arrepiado caminho. O sucesso foi quase imediato. Limpeza de matas, acções de sensibilização. . . a teoria todos conhecem. Mas só alguns a põem em prática

Enquanto o país lamenta os mais de 240 mil hectares de área florestal ardida, há quem tenha passado ao lado das chamas. O PortugalDiário dá-lhe a conhecer três «oásis» no meio do deserto de cinzas.

Os casos mereceram honras de case study durante um seminário sobre incêndios organizado, em 2004, pela Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento. Situados em zonas distintas do país, têm, no entanto, vários pontos em comum. Desde logo, o facto de terem sido alvo de grandes incêndios que foram o «embrião» de iniciativas bem sucedidas. Casa roubada. . .

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Um grande incêndio em 1985 que arrasou mil hectares, a que se seguiu, em 1991, um outro que destruiu 900 hectares de pinheiro e eucalipto, levaram os proprietários da Herdade do Vale Feitoso, propriedade da Companhia Agrícola Penha Garcia, na zona Centro do país, [perto das Termas de Monfortinho, concelhos de Penamacor e Idanha-a-Nova], a deitar mãos à obra.

A limpeza permanente da mata, o ordenamento da floresta, a vigilância privada, com a proibição e identificação de intrusos, os postos de vigia, os guardas florestais e a equipa de sapadores florestais têm conseguido o que parecia impossível: evitar fogos de grandes dimensões.

«Existe uma equipa de vigilância privada que identifica toda e qualquer pessoa que lá entre e todas as viaturas que são vistas nas imediações da propriedade são registadas», explicou durante o seminário o secretário-geral da Associação dos Produtores Florestais da Beira Interior (AFLOBEI), José Manuel Caldeira.

É certo que todos os anos continuam a ocorrer incêndios florestais, mas as áreas ardidas diminuíram drasticamente. Em 1995 arderam 40 hectares de pinheiro bravo e em 1999 apenas seis hectares. Em 2002 ardeu um hectare, em resultado de um incêndio que veio de fora. Em toda a área florestal de 4700 hectares de pinhal, eucaliptos, sobreiros e azinheira foram construídos 300 quilómetros de caminhos.

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A rapidez de intervenção permite um ataque eficaz às chamas que, segundo o responsável «continuam a acontecer e vão continuar a acontecer no futuro». Mas aqui o fogo é detectado e «na pior das hipóteses ao fim de dez minutos já está a ser combatido».

Os resultados obtidos dão autoridade moral ao responsável da AFLOBEI para afirmar que «mais importante do que grandes meios de combate (que também são importantes, os helicópteros, aviões e os auto-tanques), é a silvicultura (conservação da mata) preventiva durante o Inverno».

«Não se pode demorar meia hora a chegar a um fogo florestal, como infelizmente (e não estamos a culpar ninguém) tem acontecido às vezes em Portugal», conclui.

Leia a continuação deste artigo: «Quando o combate aos fogos começa no Inverno»

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