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Grécia: Lagarde quer ver reformas antes de falar em dívida

Diretora do FMI diz que "era preferível um movimento livre no sentido das reformas" antes que os credores aceitem reestruturar a dívida e pede “mais maturidade” para as conversações entre a Grécia e os seus credores

Sobre o discurso de Alexis Tsipras a apelar ao “Não” no referendo do próximo domingo, que o ministro das Finanças da Bélgica, Johan Van Overtveldt disse que "perturbou" o Eurogrupo e levou ao romper das negociações até ao referendo, Christine Lagarde afirmou que “não temos escolha no que respeita a quem representa um país”. No entanto, a diretora do FMI escusou-se a comentar as últimas ofertas do governo de Atenas. Já em entrevista à CNN, a diretora-geral do FMI afirmou que as conversações entre a Grécia e os seus credores beneficiariam com “mais maturidade”. Lagarde suscitou polémica quando, após a reunião do Eurogrupo de 19 de junho, afirmou numa conferência de imprensa que as conversações com a Grécia tinham de ser retomadas “ ”. Os países membros do FMI “gostariam de ver a situação resolvida e a incerteza afastada”, disse. “Estão também muito interessados em que a questão seja resolvida de uma forma equilibrada e não querem mesmo que haja tratamento especial” a um país, acrescentou. A responsável do FMI assegurou que é sensível às necessidades do povo grego e que quando os credores exigem maiores receitas fiscais esperam que os impostos “sejam pagos especialmente por aqueles que são mais ricos”. E, sublinhou, que apesar de a Grécia estar em incumprimento, o FMI “vai manter-se envolvido, é essa a missão do fundo”.

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Um dia depois da Grécia ter entrado em incumprimento, a diretora do FMI, Christine Lagarde afirmou que o governo grego deve trabalhar para reformar a sua economia antes que os credores aceitem reestruturar a dívida.

Em entrevista à Reuters, a diretora do FMI foi questionada sobre o que deve acontecer primeiro: se os compromissos de reforma por Atenas ou o alívio das dívidas dos governos da zona euro.

“Dado ao momento em que estamos, a minha suspeita é de que seria preferível ver um movimento livre no sentido das reformas, para que possa ser seguido pelo outro lado da balança”, afirmou.

“Aceitamos todos os governos, devidamente eleitos... como parte legítima nas negociações”, afirmou, acrescentando que o referendo é “um processo democrático que deve resultar esperançosamente em mais clareza e menos incerteza quanto ao que é a determinação do povo grego e qual é a autoridade do governo grego”.

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“Recebemos tantas ‘últimas’ ofertas que foram sendo validadas, invalidadas, mudadas, alteradas, ao longo dos últimos dias, que é um pouco incerto onde fica a última proposta”, disse Lagarde. 

“Dado o nível de incerteza, confusão e constantes movimentações, penso que é preciso um pouco mais de maturidade” nas negociações, disse.

mas com adultos na sala

A diretora do FMI afirmou ainda que o incumprimento no pagamento do reembolso de 1,5 mil milhões previsto para terça-feira “não foi claramente um desenvolvimento positivo” porque impede o Fundo Monetário Internacional de novos financiamentos à Grécia.

Para sair desta situação e beneficiar do apoio dos credores internacionais, sustentou, a Grécia tem de fazer mais reformas estruturais como as previstas nos acordos assinados nos últimos cinco anos com o FMI e as instituições europeias (Comissão Europeia e Banco Central Europeu).

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“Há reformas estruturais, ajustamentos fiscais, a fazer para assegurar que o país está numa trajetória sustentável”, disse Lagarde.

“Quer se olhe para a Irlanda ou Portugal, na zona euro, ou se olhe para outros países noutros continentes, estas situações acontecem, os países têm de tomar medidas difíceis”, disse.

“Por outro lado, é claro que tem de haver uma rede de segurança estabelecida gradualmente” para os mais vulneráveis.

Eurogrupo decidiu colocar as negociações em "stand-by" até serem conhecidos os resultados do referendo grego de domingo por considerar, segundo o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, que "não há fundamentos para continuar a negociar".

Depois de conhecidas as decisões do Eurogrupo, o Banco Central Europeu anunciou que decidiu manter o nível de cedência de liquidez aos bancos gregos, já o FMI emitiu um comunicado em que deixa antever um chumbo ao pedido da Grécia em adiar o pagamento de 1,5 mil milhões de euros.  

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Esta quarta-feira, o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, garantiu, no discurso que não agradou ao Eurogrupo, que o referendo à proposta dos credores se vai realizar e voltou a apelar ao "não". 

Esta declaração surge numa altura em que a Grécia se preparava para aceitar a proposta dos credores que estava em cima da mesa no fim de semana passado, com algumas alterações, segundo uma carta que o primeiro-ministro enviou na terça-feira à noite aos líderes europeus, a que o Financial Times teve acesso.  

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