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200 mil contra a flexigurança

Mega-manifestação esteve às portas da Cimeira da União Europeia, mas mesmo assim Estados-membros abriram caminho à flexigurança. CGTP fala na maior manif dos últimos 20 anos. Imune ao protesto, cimeira está «muito próximo» do consenso para o Tratado Europeu

[Última actualização às 19h30]

Enquanto na Cimeira Informal, os Estados-membros chegaram a um acordo quanto à flexigurança, fora do pavilhão uma manifestação da CGTP pedia por uma «Europa Social». Do centro onde se discutem os temas europeus, a música revolucionária não se ouve.

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Os manifestantes que se reuniram esta quinta-feira no Parque das Nações estão a mais de 150 metros do local, por motivos de segurança. E, por isso, só pelas notícias os representantes dos países europeus poderão saber que lá fora grita-se «não» à flexigurança.

A Intersindical considera que esta manifestação é a maior dos últimos 20 anos, apontando para uma participação de 200 mil pessoas. Segundo a agência Lusa, que cita dirigentes da CGTP, cerca das 17:30, vários milhares de manifestantes ainda se encontravam nos Olivais, à espera de poderem desfilar, dado o elevado número de participantes.

Contudo, o acordo, que abre caminho à instauração da flexigurança na Europa, ficou selado, depois de um encontro entre representantes das confederações patronais e sindicais europeias, que alinharam estratégias em torno da modernização do mercado de trabalho.

A CGTP não partilha das conclusões das principais plataformas sindicais europeias, que, segundo John Monk, que representa os trabalhadores, considerou que a «palavra chegou a ser sinónimo de flexibilidade», mas está agora «no caminho certo». E esse, segundo Durão Barroso, presidente da Comissão Europeia, é um caminho no qual a Europa adapta-se a «um mundo mais competitivo, mas ao mesmo tempo quer manter os princípios sociais».

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Depois de Sérgio Godinho, Zeca Afonso e Adriano Correia de Oliveira, no palco montado pela CGTP frente ao Pavilhão de Portugal cantam-se músicas ao desafio, «à boa moda do Minho, picante», mas os refrões não chegam à agenda europeia, preocupada agora com a discussão do Tratado Europeu, que Sócrates garante estar «muito, muito perto» do consenso. Se assim for, sexta-feira, o Tratado chamar-se-á Lisboa e será o maior feito da presidência portuguesa da União.

Princípios adaptados por cada país

Questionado pelos jornalistas como se irá comprovar a aplicação da flexigurança, o primeiro-ministro frisou que a aplicação dos princípios «dependerá de cada país». Em Portugal, haverá «um debate sobre esses princípios e a aplicação dos mesmos». Contudo, Sócrates fez questão de frisar, que desta reunião tripartida, «saiu um caminho claro» para a modernização do mercado de trabalho europeu.

Para o representante das confederações patronais, Antoine Seillère, «o importante é transformar os princípios da flexigurança em realidade». Já pelos sindicatos europeus, John Monk, afirmou que a palavra chegou a ser «sinónimo de flexibilidade», mas agora, ressalva, tomou «o caminho certo».

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O primeiro-ministro foi posteriormente questionado sobre a manifestação da CGTP, e fez questão de sublinhar que o acordo alcançado foi assinado pelos sindicatos europeus, que aliás não marcam presença neste protesto.

Sócrates quer dar ideia de «isolamento dos sindicatos»

O secretário-geral da CGTP acusou o primeiro-ministro de estar a tentar criar uma ideia de isolamento dos sindicatos e dos trabalhadores. «O primeiro-ministro tem que nos ouvir e responder às nossas reivindicações porque nós representamos os interesses dos trabalhadores portugueses», disse o sindicalista, na intervenção que fez perante milhares de manifestantes, no Parque das Nações.

No final da manifestação, em declarações aos jornalistas, Carvalho da Silva considerou o protesto como uma mega manifestação e disse que «inevitavelmente terá efeitos».

Nesta manifestação, segundo números da CGTP, participaram cerca de 200 mil pessoas, em protesto contra a situação económica e e social do País e as políticas europeias, como a flexigurança.

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