O escritor John Le Carré ataca o criador do 007, Ian Fleming, considerando que o personagem James Bond tinha qualquer coisa de neofascista e não passava de um criminoso a soldo que trabalhava a troco de martinis secos e mulheres bonitas.
Estas declarações sobre o velho rival da literatura policial dos anos 60 - como se sabe, Le Carré é também um dos maiores escritores policiais do mundo - surge na sequência da reposição de um programa da BBC dedicado a entrevistas antigas a escritores.
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Questionado sobre as suas declarações nos anos 1960 sobre o espião mais famoso do mundo, Le Carré disse na altura: «Não gosto de Bond. Não tenho certeza de que Bond seja um espião. Acho que, se estamos a falar de literatura de espionagem, é um grande erro incluir Bond nessa categoria».
Passados e mais de 40 anos sobre estas declarações, John Le Carré não foi mais brando com o espião, apesar de começar por dizer em entrevista à rádio Times que «hoje em dia seria muito mais condescendente».
«Na origem de Bond havia algo neofascista e totalmente materialista», disse Le Carré. «A impressão que se tinha era que ele teria feito todas as mesmas proezas para qualquer país, desde que as mulheres fossem igualmente belas e os Martinis igualmente secos» - considera Le Carré.
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