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Lars von Trier: «Sou nazi e simpatizo com Hitler»

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Realizador dinamarquês volta a ter os holofotes de Cannes a apontar para si

Lars von Trier voltou a arranjar maneira de fazer incidir sobre si todos os holofotes de Cannes. E não só por «Melancholia», que apresenta esta quarta-feira no festival da Riviera francesa. Na conferência de imprensa a lançar o seu último filme, o realizador dinamarquês espantou tudo e todos - incluindo as suas actrizes Charlotte Gainsbourg e Kirsten Dunst - ao dizer que é nazi e que simpatiza com Hitler.

A conferência andou entre o cómico e o chocante - com Von Trier espera-se sempre tudo -, mas o polémico realizador dinamarquês (cuja última performance em Cannes foi com o seu «Anticristo), mais uma vez, superou as expectativas. As bombas começaram a cair quando comentou a sua ascendência germânica, como conta o «The Hollywood Reporter».

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«Durante muito tempo pensei que era judeu e estava feliz por ser judeu. Depois conheci Susanne Bier [realizadora dinamarquesa e judia, que ganhou este ano o Óscar para o Melhor Filme Estrangeiro com «Num Mundo Melhor»] e não fiquei assim tão contente. Mas depois descobri que, na verdade, era nazi. A minha família era alemã. E isso também me deu algum prazer. O que é que posso dizer¿ Compreendo Hitler... Simpatizo um pouco com ele», afirmou.

O realizador de filmes marcantes como «Ondas de Paixão» (Grande Prémio do Júri em Cannes, 1996), «Dancer in the Dark» (Palma de Ouro, 2000), ou «Dogville» tratou de pôr alguma água na fervura que tinha iniciado. «Não quero dizer que sou a favor da IIª Guerra Mundial e não sou contra os judeus, nem sequer contra a Susanne Bier. Na verdade, sou muito a favor deles. Todos os judeus», disse von Trier, se bem que com um à parte: «Bem, Israel é uma pedra no sapato, mas...»

Mas foi água de pouca dura, pois Von Trier já tinha deixado todos de boca aberta, incluindo as estrelas femininas de «Melancholia» que o acompanharam na conferência de imprensa, conforme o relato do «THR». O espanto estava estampado nas caras de Charlotte Gainsbourg e Kirsten Dunst e, depois de uma pausa, atirou: «Como é que agora me livro desta frase? Está bem. Sou um nazi.»

Von Trier esteve sempre num registo de humor e até se referiu ao seu nono filme a concorrer à Palma de Ouro como «podendo ser uma porcaria» e que «há muitas possibilidades de nem sequer valer a pena vê-lo». Dunst e Gainsbourg também apanharam com estilhaços, pois o realizador dinamarquês disse que o seu próximo trabalho com elas seria um filme pornográfico de três a quatro horas de duração com «imenso sexo incómodo».

Os sorrisos com que Von Trier fez acompanhar em permanência as frases polémicas que foi dizendo colocam várias duvidas sobre a correspondência do que disse com o que sentia. Mas disse-o. E, mais uma vez, foi polémico quando lhe perguntaram se gostaria de fazer um filme em larga escala: «Sim. Nós os nazis gostamos de fazer coisas em grande. Talvez eu pudesse fazer A Solução Final.»

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