«This is the big league» diz «Stephen» a «Molly» a dada altura. Ele refere-se à importância de não errar num campeonato daqueles porque esse erro será sempre o último e não haverá segunda oportunidade para quem o comete.
O paralelismo puxado para aqui não tem a ver com erros, pois neste filme não os há. A referência deve-se ao facto de que a ver «Nos Idos de Março», filme que estreia nesta quinta-feira em Portugal, sentimos que estamos na presença de um jogo da primeira divisão.
Tal é a qualidade dos intervenientes. E o protagonismo foi, e vai, para Ryan Gosling; ao lado de quem está um grupo que secunda esta história com actuações também de primeira.
George Clooney
Esta dupla interpreta também uma dupla de adversários como directores de campanha de respectivos candidatos adversários (para as eleições primárias para as presidenciais). E parecem mesmo os homens certos para os lugares certos - no que ao desempenho dos actores respeita, claro está!
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A sensação que dá é que Clooney lhes terá dado o guião e lhes terá dito: agora façam como sabem. E que não se terá preocupado mais. E sai na perfeição. Ryan Gosling, pelo seu lado, «mais» não (re)confirma o que já tinha prometido em «Half Nelson» e confirmado em «Blue Valentine».
A parte de Clooney é diferente. O que pode ser tido mais em conta não é o seu desempenho. E não é só a realização, também. Este thriller político desenvolvido a um ritmo fantástico, dá uma boa ideia do que serão, ou podem ser, as campanhas presidenciais nos Estados Unidos.
Se calhar, há quem pense - e talvez com razão - que ainda serão mais do que isto. Mas uma coisa é certa: «boa» não é propriamente - para redizer - a ideia com que se fica de um processo eleitoral desta importância num país destes.
E se há uma campanha e tudo o que a envolve também há candidatos. E se há candidatos também há ideias, projectos e programas. Cada um com os seus. E o «candidato» Clooney também. Já não é a primeira vez que se tem a política como um destino seguinte de
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George Clooney
Ou não? Também pode ser que não. O programa do «candidato» Clooney - o «governador Mike Morris» - vai mais longe (ou demonstra que quer ir) do que é visivelmente possível ir nos actuais Estados Unidos - que o diga o seu (de Clooney) verdadeiro candidato à presidência do seu país. Mas poderá isto ser um balão de ensaio para esvaziar um pouco mais tarde na ideologia quando as coisas passarem do cinema para outro plano? Ou o facto de se ir tão longe no ecrã poderá ser um sinal de invalidade para caminhos idênticos na real life?
A única certeza, nesta altura, é que, de facto «This is the big league», mesmo. E esta versão nos bastidores é «High Quality».
«Nos Idos de Março» («The Ides of March»)
George Clooney
2011, EUA, Thriller
101m
Estreia em Portugal: 10-11-2011
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