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Cenários de favorito aos Óscares têm mão de português

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«O Grande Hotel Budapeste» lidera, a par de «Birdman», a corrida às estatuetas. A TVI24 falou com o pintor português que trabalhou na criação dos cenários do filme de Wes Anderson

As palavras referidas inscritas no de rodagem refletem, de certa forma, uma das maiores preocupações de Wes Anderson como realizador: . As histórias e as personagens vivem sempre em ambientes muito estilizados e os objetos parecem ter, além de um sentido narrativo, um propósito estético. .

A menos de um mês da cerimónia de entrega dos Óscares, marcada para 22 de fevereiro, a maioria já sabe que «O Grande Hotel Budapeste» é um dos filmes favoritos na corrida às estatuetas douradas, com nove nomeações. Mas o que provavelmente muitos ainda não sabem é que o filme de Wes Anderson contou com o trabalho de um português.

Falamos mais propriamente dos cenários.

Em «O Grande Hotel Budapeste», Gonçalo Jordão, formado em pintura decorativa, foi um dos muralistas da equipa de arte do filme. Contactámos o pintor português, que recordou à TVI24 como foi participar na rodagem desta produção.

«A oportunidade de conhecer um realizador e atores que admiro muito é a principal memória que guardo, assim como aquela frase que estava na parede do set: The most expensive words in cinema are 'keep on showing me things, I'll now it when I see it' (As palavras mais caras no cinema são 'continua a mostrar-me coisas, saberei o que quero quando o vir').»

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seta atmosfera visual cuidada dos seus filmesCada filme é, assim, uma viagem a um universo singular, com uma linguagem estética muito própria

Estas são algumas das razões que os fãs mais admiram no estilo do realizador. E estas terão sido também as razões pelas quais a Academia decidiu nomear «O Grande Hotel Budapeste» na categoria de Melhor Direção Artística.

Por tudo isto, o trabalho do departamento de arte é sempre uma peça fundamental na criação dirigida por Wes Anderson. Gonçalo explicou à TVI24 que fazer parte destes projetos é um trabalho, acima de tudo, «gratificante».  

«Trabalhar com o Wes Anderson e com o Adam [Adam Stockhausen, diretor artístico] foi gratificante, primeiro porque falávamos a mesma linguagem e depois porque o trabalho foi ficando a cada dia mais detalhado. São pessoas que dedicam muito tempo ao pormenor de cada coisa, cada sombra, cada traço cada intensidade de luz.»

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O pintor português, de 41 anos, esteve dois meses no set de rodagem, na Alemanha. Oito dos panéis que vemos no hall do hotel são da sua autoria, inspirados nas paisagens bucólicas da Bavaria do famoso pintor alemão Casper Friedriche.

Gonçalo explicou à TVI24 que trabalhar numa produção a este nível é gratificante, sim, mas requer exigência e profissionalismo.

«Quando estamos envolvidos neste tipo de projeto fazemos parte de uma equipa imensa, em que tudo tem prazos muito curtos e em que toda a gente conta com o nosso profissionalismo e capacidade de resposta.»

 


Esta não é, contudo, a estreia de Gonçalo no mundo da sétima arte. O português, co-proprietário de uma empresa de pintura decorativa sediada em Mourão, no Alentejo, já tinha trabalhado nos cenários do filme «The Beauty and the Beast» (A Bela e o Monstro) e ainda no filme sobre Julian Assange «O Quinto Poder». Aliás foi a partir do trabalho nestas produções que surgiu o convite para participar em «O Grande Hotel Budapeste».

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Wes Anderson é muito provavelmente um dos cineastas independentes mais populares da atualidade e, o ano passado, «O Grande Hotel de Budapeste», confirmou isso mesmo.

O filme retrata as aventuras de Gustave H,  concierge de um famoso hotel, e Zero Moustafa, o jovem paquete que se torna seu companheiro e confidente.  A ação decorre na fictícia República de Zubowska, durante a década de 1930. O elenco é de luxo e conta com Ralph Fiennes, Jeff Goldbum, Willem Dafoe, Edward Norton, Adrien Brody e Tilda Swinton. 

Premiado no Festival de Cinema de Berlim com o Grande Prémio do Júri , vencedor do Globo de Ouro de Melhor Comédia ou Musical, o filme é agora, a par de «Birdman», o favorito aos Óscares.

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Em relação a este reconhecimento da Academia, Gonçalo considera a «nomeação de um filme de comédia, uma mudança sempre positiva».

Mas, no dia 22 de fevereiro, o filme vai ou não levar o prémio mais desejado, o de «Melhor Filme» para casa? O pintor português não tem dúvidas: «Penso que sim, o filme vai ganhar a estatueta.»

 

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