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Manoel de Oliveira pede mais meios para continuar a fazer filmes

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Cineasta garante que não deixa de trabalhar mesmo que volte aos documentários

Manoel de Oliveira garantiu que vai continuar a filmar e pede meios para realizar novas longas-metragens, mas, mesmo que não os tenha, o cineasta explicou que não largará a câmara de filmar e poderá inclusivamente voltar a fazer documentários.

A 8 de Dezembro, o mais velho realizador do Mundo fará 100 anos e este domingo terminou a homenagem na Fundação de Serralves «Manoel de Oliveira: ver e rever todos os filmes (e mais alguns ainda)». O último dia ficou marcado por um pedido de um espectador: «Queremos mais filmes!» «Tem de esperar um pouco mais», respondeu feliz, como conta a agência Lusa, Manoel de Oliveira.

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«Dois trabalhos na calha»

O regresso ao trabalho está marcado para a rodagem de «Singularidades de uma rapariga Loura», a partir de um conto homónimo de Eça de Queirós, mas o realizador português confessou já que, depois, «gostava de fazer O Estranho caso de Angélica, que é um projecto já dos anos 50 que o SNI (Secretariado de Informação) rejeitou».

«O primeiro filme destina-se ao Festival de Berlim e eu gostava muito de fazer o outro, O estranho caso de Angélica, para o Festival de Cannes, se me derem meios para tal», afirmou Manoel de Oliveira garantindo que vai manter-se no activo de qualquer forma: «Não deixarei de trabalhar. Se não tiver dinheiro para fazer os filmes de ficção, voltarei aos tempos antigos, voltarei para o documentário.»

Muito trabalho, muitos impostos

Setenta e sete anos depois da estreia com o documentário sobre a sua cidade natal, «Douro, faina fluvial», o cineasta portuense explica que nos dias de hoje «o financiamento estatal dá para cerca de metade do custo total e o resto é preciso encontrar noutras partes», pois «parece que eles [os políticos] ainda não se aperceberam bem desta questão».

«Cada filme dá trabalho a uma equipa completa, músicos, actores, figurantes, dá trabalho à Tóbis, que continua a tirar cópias do meu primeiro filme, que foi feito em 1931 e de todos os outros», disse o realizador explicando que o Estado recebe 46 por cento em impostos e que as entidades oficiais «recebem mais do que aquilo que dão para fazer os filmes».

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