O realizador da «La Movida» espanhola, Pedro Almodóvar, foi esta quinta-feira à Broadway para assistir à estreia da adaptação teatral do seu filme «Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos».
«Venho aqui para me divertir, quase como qualquer outro espectador», comentou o realizador à chegada do Belasco Theater, onde estreou esta quinta-feira o musical inspirado na história dirigida por Almodóvar em 1988 e aclamada pela crítica.
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«No sábado, voltaram a passá-lo na televisão e milhões de pessoas viram-no», exclamou Almodóvar, citado pelo jornal «La Vanguardia» referindo-se ao filme que, na sua opinião, não chegou a envelhecer.
A peça que tem em inglês o nome da obra-prima do realizador espanhol [«Women on the Verge of a Nervous Breakdown»] é uma produção de Bartlett Sher, que se propôs reproduzir, até um certo limite, o universo cinematográfico de Almodóvar e a história de Pepa, uma mulher deixada pelo seu amante, Ivan, com quem tenta desesperadamente contactar.
À saída da peça, Almodóvar confessou-se satisfeito com a produção, frisando que a sua participação tinha sido «limitada» tendo estado apenas «três semanas com o director e produtor e em três workshops do musical» dando-lhes «liberdade para que fizessem a obra a seu gosto».
Feliz com a adaptação de uma das suas criações à «realidade», Almodóvar comentou: «A Broadway é um lugar que está na cabeça de todos os espectadores. É um lugar mitológico, quase irreal. Para mim é um privilégio porque, para além disso, eu não sou um autor teatral. Isto é um presente».
A crítica norte-americana, porém, não demonstrou a mesma satisfação e o «The New York Times» já escrevia esta manhã que uma companhia que «brilha com vários Tony Awards» se perde «ad infinitum» sendo «uma triste vítima da sua própria mente dispersa» nesta adaptação de «Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos».
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