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Primeiro documentário rodado em Timor por um timorense estreia na Cinemateca

«Uma Lulik» é exibido esta quarta-feira, às 21h30

«Uma Lulik» é o primeiro documentário integralmente realizado em Timor-Leste por um timorense e o filme de Vítor de Sousa vai estrear esta quarta-feira na Cinemateca, em Lisboa, de acordo com anúncio da produtora veiculado pela agência Lusa.

O filme conta a história da construção de uma casa sagrada. Filmada inteiramente nas montanhas de Timor-Leste, na região de Venilale, esta é também uma história sobre uma herança cultural ancestral e sobre a grande família timorense.

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Na tradição timorense, a Uma Lulik (Casa Sagrada) é o centro, o cordão umbilical entre passado e presente; para os vivos, uma reserva segura de memória e sabedoria antiga; para os mortos, o local onde o tempo não passa e onde a história se renova.

A construção ou renovação da casa sagrada constitui, com intervalos que podem ir até 10 anos, um imperativo para as famílias timorenses. Assim se renova a ligação aos antepassados e se renovam votos de lealdade e de responsabilidade mútua entre familiares e entre diferentes famílias.

Vítor de Sousa viveu e registou ao longo de mais de nove meses uma das mais antigas tradições de Timor-Leste, transportando os espectadores «ao universo dos seus antepassados, presenças inquestionáveis, palpáveis em cada momento e em cada objecto nascido da terra e da memória colectiva dos timorenses».

O documentário, com produção de João Ferro e Tânia Correia, resulta do programa DocTV da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) e estreia em Portugal, na sala Félix Ribeiro da Cinemateca, esta quarta-feira, às 21h30.

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«O Vítor esteve lá como parte da família, com um apêndice, que era a câmara. Isso permitiu-nos obter imagens e momentos fabulosos de uma série de coisas porque à volta de uma casa sagrada andam as relações entre as pessoas, os objectos sagrados e o fabrico desses objectos», disse à Lusa o produtor João Ferro da produtora Hida.

«As imagens falam por si. O Vítor optou por fazer um filme muito visual. Nós reconhecemos a necessidade de introduzir algum voz-off mas não explicativo, porque não é um documentário para a National Geographic. É uma obra com carácter semi-artístico porque é a forma de ele contar a parte sagrada e mítica de Timor e tivemos também de dar alguma margem de manobra para ele manipular o filme e poder contar a história como ele acha que deve ser contada», explicou.

«O próprio Vítor, na voz-off, diz: não penses que tudo sabes. Ele próprio não sabe tudo, porque é jovem e ainda não lhe contaram tudo, mas o filme já dá para perceber e sentir o que é a profundidade e a importância desta realidade das montanhas, das aldeias, das famílias e da relação que eles têm com o sagrado. Além de bonito, o filme é útil», concluiu João Ferro.

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