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"Um defensor dos ideais da liberdade e da democracia”

Cavaco Silva enviou as condolências à família de José Fonseca e Costa

“Os seus trabalhos tiveram grande sucesso e valeram-lhe, ainda recentemente, a merecida atribuição do Prémio Carreira da Academia Portuguesa de Cinema”, lembra Cavaco Silva. O realizador António Pedro Vasconcelos recorda José Fonseca e Costa como “um lutador”, que “sempre se bateu contra o sistema perverso do financiamento do cinema em Portugal”, de que foi “uma vítima”. António Pedro Vasconcelos lembrou ainda que o realizador “sempre se bateu pela ideia de que o cinema era a arte de contar histórias com imagens e som, contra a tendência a que se assistiu em Portugal desde a década de 80 de que o cinema não tinha que contar histórias”. Também a Ministra da Cultura, Igualdade e Cidadania, Teresa Morais, expressou hoje pesar pela morte do realizador José Fonseca e Costa, que recordou como “personalidade interveniente na cena cultural portuguesa”. Entre os vários filmes de José Fonseca e Costa, a ministra recordou “Kilas, o Mau da Fita - um dos seus maiores êxitos - Sem Sombra de Pecado, Balada da Praia dos Cães, Cinco Dias, Cinco Noites e, mais recentemente, Os Mistérios de Lisboa”.

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O Presidente da República recordou o realizador José Fonseca e Costa, hoje falecido, como um “defensor dos ideais da liberdade e da democracia”.

Na mensagem de condolências que enviou à família do realizador de cinema, Aníbal Cavaco Silva afirmou que, “ao longo de várias décadas, José Fonseca e Costa distinguiu-se como um dos mais criativos e talentosos realizadores portugueses”.

“Obras como Kilas, o Mau da Fita, Cinco Dias, Cinco Noites ou Balada da Praia dos Cães são marcos do cinema português do século XX e conquistaram, muito justamente, o aplauso da crítica e do público”, prossegue a missiva.  

Para o chefe de Estado, José Fonseca e Costa foi um “defensor dos ideais da liberdade e da democracia”, um “oposicionista à ditadura e cedo se destacou como um dos grandes nomes do movimento do Novo Cinema”.

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O realizador José Fonseca e Costa faleceu hoje no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, aos 82 anos.  

António Pedro Vasconcelos recorda "lutador" que foi vítima do "sistema"

“Fica uma mágoa muito grande por ter perdido um amigo e um criador sem ter feito tudo o que podia ter feito”, declarou à Lusa António Pedro Vasconcelos, referindo que o último filme de Fonseca e Costa é de 2006, Viúva Solteira Não Fica, e que, antes disso, tinha estado cinco anos sem gravar, porque “há 20 anos chumbavam sucessivamente os seus projetos”.

António Pedro Vasconcelos sublinha que “em 50 anos, Fonseca e Costa fez dez filmes, porque os seus projetos eram sempre chumbados”.

Em declarações à Lusa, António Pedro Vasconcelos lamentou ainda que Fonseca e Costa não tenha conseguido acabar de filmar o seu último filme “Axilas”, que “por um golpe de sorte” recebeu luz verde do ICA – Instituto do Cinema e do Audiovisual.  

“É uma das pessoas com quem mais me identifico. Sempre a refilar, revoltado contra o sistema, mas muito divertido e com muito humor”, um “humor quase negro”, que passava para os seus filmes, recordou.

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"Personalidade interveniente na cena cultural"

“Crítico cinematográfico, tradutor, realizador de documentários vários, José Fonseca e Costa será sempre reconhecido como o realizador de um conjunto de filmes icónicos e de geração que marcaram a produção cinematográfica nacional”

“José Fonseca e Costa destacou-se ainda como personalidade interveniente na cena cultural portuguesa, quer pelas posições assumidas, quer como dirigente do Centro Português de Cinema e da Associação de Realizadores de Cinema e Audiovisuais”, prossegue a nota.  

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