A líder do PSD, Manuela Ferreira Leite, acusou o Governo de «fazer política fora do tempo», ao admitir agora que o défice poderá chegar aos 3 por cento em 2009, algo que «estava-se mesmo a ver que ia acontecer».
«Eu tenho uma enorme dificuldade em compreender a política feita da forma como ela está a ser feita, porque há menos de um mês eu fiz várias propostas em relação ao orçamento que tinham como consequência aumentar o défice em apenas duas décimas e por esse motivo fui altamente criticada pelo ministro das Finanças e pelo Governo», frisou, segundo a agência Lusa.
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Recorde-se que, numa entrevista à RTP e ao Jornal de Negócios, o ministro das Finanças admitiu que, devido à crise internacional, o défice para 2009 pode chegar aos 3 por cento, quando a meta inscrita no Orçamento de Estado é 2,2 por cento.
«Tudo o que seja fazer política fora do tempo só pode ter consequências negativas para o país», comentou Ferreira Leite em Bruxelas, onde participa numa mini-cimeira do Partido Popular Europeu (PPE), família política que o PSD integra.
Guantánamo
Ferreira Leite lamenta, entretanto, que o Governo não tenha consultado os partidos da oposição sobre o acolhimento de prisioneiros de Guantanamo, afirmando que em política externa é desejável «um consenso entre governo e oposições».
«Ainda ontem estive com o primeiro-ministro para a preparação do Conselho (Europeu) de hoje e ele não abordou esse tema, portanto desconheço quaisquer fundamentos, quaisquer razões que não podem deixar de ser dadas à oposição para que nós tenhamos uma opinião sobre essa matéria», declarou Ferreira Leite.
A líder do PSD sublinhou que este «é um tema que evidentemente não pode deixar de ter a opinião também das oposições», dado tratar-se de política externa.
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