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BCE deve comprar obrigações de certos governos

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Compra iria estabilizar a economia dos 16 países que partilham a zona euro

O Banco Central Europeu (BCE) deveria comprar obrigações de certos governos europeus para estabilizar a economia dos 16 países que partilham a zona euro, defende Paul de Grauwe, da Universidade de Louvaina (Bélgica).

O banco central deveria comprar obrigações emitidas pelos governos irlandês, grego, espanhol e italiano «para fazer aumentar os preços destas obrigações» e reduzir assim as taxas implícitas destes instrumentos (yields), explica este académico, membro do núcleo de conselheiros económicos da Comissão Europeia.

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Os governos da Grécia e da Irlanda pagam actualmente uma taxa de juro sobre a respectiva dívida que supera a taxa das obrigações do governo alemão em mais de 200 pontos base, enquanto os governos da Espanha, de Portugal e da Itália têm de pagar mais de 100 pontos base suplementares, explica.

O diferencial entre as taxas que a Espanha, a Itália, a Grécia e Portugal pagam nos mercados financeiros para obter crédito a 10 anos e a taxa que paga a Alemanha aumentou este ano para um nível recorde desde antes da entrada no euro.

O agravamento dos custos do crédito está a hipotecar a retoma das economias mais fracas da região, pondo em causa a coesão da Zona Euro.

Uma vez que estas obrigações são emitidas na mesma moeda, o euro, estes «spreads» reflectem um risco de incumprimento (partindo do princípio que as obrigações alemãs estão isentas de risco), observa de Grauwe, referindo-se ao facto do mercado ter «uma perspectiva de incumprimento da parte destes países».

Interrogando-se sobre a validade de tais previsões, o economista considera «difícil perceber porque o mercado (e as agências de notação financeira) prevêem um incumprimento para a dívida do governo espanhol, quando não a prevêem para o Reino Unido, que têm uma dívida similar à da Espanha e problemas mais sérios a nível do sistema bancário».

«A minha teoria é que o aumento dos diferenciais entre os spreads na Zona Euro resulta do pânico nos mercados financeiros», levando a uma corrida para activos que se julgam seguros, escreve de Grauwe. «Podemos e temos de corrigir as distorções induzidas pelo pânico», afirma o economista.

A Standard & Poor`s cortou o mês passado o rating (notação do risco) de Portugal, da Espanha e da Grécia, e reduziu a perspectiva para a Irlanda de estável para negativo.

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