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Lembra-se dos passageiros de cruzeiro que ficaram retidos numa ilha? Voltou a acontecer

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Um mês depois de oito passageiros da Norwegian Cruise Line terem ficado retidos em África quando o seu navio partiu sem eles porque demoraram a regressar depois de uma excursão, um casal norte-americano – com 84 e 81 anos – também foi agora deixado para trás pela mesma empresa de cruzeiros, desta vez em Espanha.

Richard e Claudene Gordon, de Salt Lake City, no Utah, viajavam num cruzeiro pelo Mediterrâneo a bordo do Norwegian Viva, juntamente com familiares e amigos, ansiosos para comemorar o 85.º aniversário de Richard ainda esta semana.

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Na segunda-feira, enquanto o navio estava atracado em Motril, Espanha, o casal decidiu fazer uma excursão independente à cidade histórica de Granada, não organizada pela empresa de cruzeiros. No regresso, o autocarro atrasou uma hora devido a uma tempestade, começou por contar Richard Gordon à CNN, numa conversa por telefone.

Richard Gordon considera-se "um viajante muito experiente", apontando que ao longo da sua vida fez dezenas de viagens de cruzeiro. "Nunca chegámos ao porto sem tempo de embarcar. Portanto, não somos alguém que abusa do sistema", sublinha.

O casal acabou por perder o horário de embarque do navio, às 17:30 (hora local) para partir aproximadamente às 18:00. Richard Gordon recorda que, por volta das 17:45, falou com um familiar que estava a bordo do navio, avisando-os de que estavam atrasados, mas perto de chegar ao porto. Apesar do aviso, a Norwegian Cruise Line indicou que não podia fazer nada, uma vez que tinha de cumprir o horário.

Segundo o casal, ambos chegaram ao cais de táxi às 18:10, hora em que o navio já tinha partido. O casal ficou assim sem medicação que levava a bordo, bem como baterias extra de aparelhos auditivos e carregadores de telemóvel, arriscando-se a ficar incontactáveis.

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"O nosso cruzeiro partiu em Lisboa cerca de uma hora e meia depois do horário previsto de partida, às 16:00", diz Richard Gordon, argumentando, por isso, que "ficou claro que eles nem sempre partem no momento exato que está programado".

Marilee Barker, filha do casal, que também reside em Utah, conta à CNN os momentos de aflição dos pais naquela altura. "Eles olharam em volta e não estava lá ninguém. Apanharam um táxi para uma esquadra, onde os polícias os ajudaram a contactar o cais, onde lhes disseram 'não há nada que possamos fazer'", relata.

O casal diz que não recebeu nenhum tipo de ajuda por parte da Norwegian Cruise Line naquele momento, quer no navio, quer em terra.

Sem medicamentos, sem baterias para aparelhos auditivos

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"Felizmente o meu pai tem experiência em viagens, mas já tem 85 anos", lembra Marilee Barker. Ora, como o cruzeiro só voltaria a atracar na terça-feira na ilha de Ibiza, o casal "apanhou um autocarro até Granada e encontrou estadia barata" naquela cidade, acrescenta a filha dos Gordons.

Por essa altura Marilee Barker e o marido conseguiram agendar um voo para Palma de Maiorca, onde estava prevista uma paragem do navio às 8:00, esta quarta-feira.

Entretanto, Claudene Gordon enviou uma mensagem à filha já no final da tarde de terça-feira para informar que a Norwegian Cruise Line entrou em contacto com eles pela primeira vez desde o incidente, tendo-lhes oferecido uma viagem de táxi do hotel onde estavam em Palma de Maiorca com destino ao cais, para regressar ao navio.

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"Eles foram buscar-nos ao hotel numa limusina BMW preta para nos levar de volta ao navio. Lá, fomos recebidos pelo chefe dos serviços do cruzeiro, que nos acompanhou até ao gerente geral do navio, com quem tomámos o pequeno-almoço e depois acompanharam-nos até à nossa cabine", conta Richard Gordon, já no cruzeiro, dois dias depois do desembarque em Montril.

“Dissemos que fomos simplesmente abandonados no cais, sem ninguém para nos receber ou nos dizer para onde ir, e eles disseram que já reclamaram do capitão do porto, que dizem ser o responsável disso. Mas é claro que o navio não nos contactou durante dois dias, o que não lhes fica nada bem", acrescenta.

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Do lado da Norwegian Cruise Line, um porta-voz da empresa esclarece que o casal desembarcou "de forma independente" e chegaram ao cais "com aproximadamente uma hora de atraso"

“Um navio de cruzeiro segue um itinerário definido com horários de chegada e de partida designados. Os itinerários são cuidadosamente coordenados e planeados com bastante antecedência para garantir que todos os nossos hóspedes possam ter a experiência que desejam”, sublinha o porta-voz.

"Depois de várias tentativas para entrar em contacto com os hóspedes através dos números de telefone fornecidos à empresa, quer os pessoais, quer os de emergência, não conseguimos falar diretamente com eles. No entanto, trabalhámos sempre em estreita cooperação com os agentes portuários locais para garantir que os passageiros voltassem ao navio", acrescenta-se no comunicado da Norwegian Cruise Line.

No mês passado, a mesma empresa de cruzeiros esteve envolvida numa situação semelhante, quando oito passageiros se atrasaram no regresso ao navio da Norwegian Cruise Line na ilha africana de São Tomé, no dia 27 de Março.

Nesse caso, a empresa argumentou que os passageiros que perderam o cruzeiro tinham feito uma excursão privada que não foi organizada pela empresa.

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