O Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) iniciou esta segunda-feira uma visita à prisão norte-americana de Guantanamo, Cuba, durante a qual conta falar com 14 destacados suspeitos de terrorismo recentemente transferidos de prisões secretas da CIA no estrangeiro, escreve a agência Lusa.
«Recebemos indicações claras segundo as quais teremos acesso aos 14 novos detidos», declarou o porta-voz, Vincent Lusser.
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O presidente norte-americano, George W. Bush, anunciou a transferência para Guantanamo no início do mês destes 14 prisioneiros, entre os quais figura o alegado cérebro dos atentados do 11 de Setembro de 2001 contra Nova Iorque e Washington, Khaled Cheikh Mohmmed.
Para o CICV, disse Vincent Lusser, é importante que estas 14 pessoas sejam registadas.
«Poderemos assim segui-las durante toda a sua detenção. Podem a partir de agora beneficiar do nosso sistema de protecção», explicou.
Um alto responsável militar norte-americano indicou a semana passada que os 14 indivíduos - encarcerados meses ou até anos em prisões secretas da CIA no estrangeiro - estavam actualmente em fase de «orientação» e que o CICV poderia vê-los no final desta fase de 30 dias, por volta de 1 de Outubro.
A visita a Guantanamo vai durar duas semanas. O CICV desloca-se seis a sete vezes por ano à base norte-americana desde 2002 para ver os detidos no âmbito de encontros em privado.
Os delegados comunicam as suas observações de forma confidencial às autoridades norte-americanas e não as tornam públicas.
Cerca de 450 pessoas suspeitas de actos terroristas estão actualmente detidas naquela base norte-americana em Cuba, segundo o porta-voz.
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