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Turquia prepara retaliação

Ao ataque do PKK que causou a morte de 12 soldados turcos. Ministro da Defesa diz que está planeada uma incursão no Curdistão iraquiano, mas não é «urgente». Para já a operação militar turca prossegue por terra, com cobertura aérea feita por helicópteros, contra cerca de 3.500 rebeldes. EUA pedem calma. Iraque defende solução pacífica

A Turquia planeia uma incursão no Curdistão iraquiano, mas a operação militar não deverá não ser desencadeada de imediato, revelou o ministro da Defesa, Vecdi Gonul, após um encontro com o seu homólogo norte-americano, que voltou a pedir calma a Ancara. De qualquer, forma, a Turquia analisa uma eventual retaliação.

«Temos projectos para atravessar a fronteira» com o Iraque, mas a ofensiva «não está prevista de forma urgente», afirmou Gonul, que se encontra em Kiev na Ucrânia, onde esta tarde se reuniu com Robert Gates.

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As declarações do responsável turco coincidiram com uma reunião de emergência, que esta noite junta em Ancara as chefias militares e políticas turcas, para analisar o ataque lançado na última madrugada pelos separatistas do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), junto à fronteira iraquiana.

O presidente turco convocou hoje altos responsáveis políticos e militares para uma reunião de emergência com o objectivo de decidir qual será a retaliação contra os separatistas curdos do PKK pela morte de 12 soldados no sudeste da Anatólia.

Independentemente do que for decidido, para já a operação militar turca prossegue por terra, com cobertura aérea feita por helicópteros, contra cerca de 3.500 rebeldes entrincheirados em 63 posições identificadas numa zona montanhosa com cerca de 17.500 quilómetros quadrados (metade do Algarve).

Segundo o Estado-Maior turco, 12 soldados e 23 rebeldes morreram nos confrontos deste domingo. O PKK, que desde 1984 luta pela criação de um Estado maioritariamente curdo no Sudeste da Turquia, reivindicou o sequestro de «vários» soldados durante a operação, mas a informação é negada pelas autoridades de Ancara.

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O incidente veio incendiar ainda mais a tensão na região, dias depois do Parlamento turco ter autorizado o Governo a lançar, quando considerar apropriado, uma ofensiva contra as bases do PKK instaladas no Curdistão iraquiano, onde Ancara acredita estarem sediados 3500 rebeldes.

A ameaça está a preocupar as autoridades iraquianas e norte-americanas, que temem a abertura de uma nova frente de guerra numa zona até aqui poupada à violência que devasta o país.

EUA pedem calma

O secretário da Defesa norte-americana, Robert Gates, disse não ter a «sensação de que esteja qualquer coisa iminente», afirmou, revelando que o primeiro-ministro turco vai encontrar-se no próximo dia 5 de Novembro com o Presidente norte-americano.

Gates voltou a manifestar o empenho das forças americanas na erradicação das bases iraquianas do PKK, mas aconselhou calma, sublinhando que antes de ser lançada qualquer ofensiva é necessário recolher informação exacta sobre a localização dos rebeldes. «Se não tivermos alvos específicos arriscamo-nos a provocar inúmeros danos colaterais», afirmou Gates, antes de lembrar que tal operação «seria contrária aos interesses da Turquia, dos EUA e do Iraque».

O chefe de Estado iraquiano, Jalal Talabani (curdo), instou Ancara a «respeitar os acordos visando uma solução pacífica». Talabani recebe na terça-feira o ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Ali Babacan, que se encontra em périplo pelo Médio Oriente.

Por seu turno, o parlamento iraquiano exigiu que os guerrilheiros do PKK abandonem as posições no norte do país, a partir das quais lançam ataques em território turco. O presidente do hemiciclo iraquiano, Mahmud Mashhadani, por seu lado, insistiu na «boa vizinhança» com a Turquia e pediu para serem «esgotadas todas as vias» alternativas à guerra aberta.

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