As economias portuguesa e grega estão cada vez mais equiparadas nas análises dos especialistas. Agora é a Moody`s que avisa para a possibilidade dos dois países enfrentarem o risco de «morte lenta».
Em causa está a necessidade de dedicar uma parcela crescente da produção nacional ao pagamento de dívidas e dos respectivos juros, diz a agência de notificação de risco, citada pela Bloomberg.
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Já na passada segunda-feira, a Moody`s alertou Portugal para a possibilidade de baixar o «rating» do país, caso o Governo não imponha medidas «significativas e credíveis» para reduzir o défice no próximo Orçamento de Estado. Agora vai mais longe e usa mesmo a expressão «morte lenta» para designar o futuro possível da economia nacional.
«Portugal está a sangrar e a perder recursos a um ritmo elevado. O risco de uma morte lenta é elevado», diz esta agência no seu relatório sobre a dívida soberana dos países europeus, divulgado esta quarta-feira.
«Portugal tem mais tempo do que a Grécia»
Para a Moody`s, Portugal e Grécia são «dois exemplos de países que exibem uma baixa competitividade estrutural» na Zona Euro, reflectida nos défices externos muito elevados.
O cenário é alarmista e, embora exclua a possibilidade de «morte súbita», considera provável uma «morte lenta» já que esta falta de competitividade pode resultar numa «sangria do potencial de crescimento». Esta, por sua vez, vai levar a um «aumento dos impostos se a situação não se inverter», pode ler-se no mesmo documento.
O aumento da carga fiscal é, no entanto, criticado pela casa de «rating» que considera que «impostos mais elevados podem sufocar o investimento e o potencial económico e resultar na emigração dos segmentos mais abastados e flexíveis da economia».
No entanto, a Moody`s deixa um recado: «Ainda há tempo para os governos agirem para evitar esta situação, mas a janela de tempo para fazer isso não estará aberta indefinidamente». E aqui, a agência de notificação separa as águas: «Portugal tem mais tempo do que a Grécia», já que este último tem as «finanças públicas mais degradadas», o que resultou numa situação «mais dramática».
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