Fala o secretário de Estado da Administração Interna para ser contrariado, em poucas horas, pelo Ministério da Justiça, enquanto os estúdios da RTP aguardam a chegada de Rui Pereira para uma Grande Entrevista, e a Unidade Especial de Polícia vai fazendo mega-operações em bairros problemáticos. Ufa!
E tudo quando a prometida intervenção do Procurador-Geral da República está prestes a cair nas redacções.
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Ah, o primeiro-ministro? O que agora - com a nova lei de segurança promulgada por Cavaco Silva - detém a coordenação da segurança no país, nem uma palavra. Melhor assim: Pinto Monteiro já tem concorrência que chegue.
Rui Pereira chega hoje à estação pública com a prova de operações de prevenção no terreno: em dois dias, centenas de agentes estiveram na Quinta da Fonte e do Mocho, em Loures, e em Alcântara, em Lisboa. Já o procurador, marcou para esta quinta-feira a nota informativa sobre as medidas a criar para combater a recente onda de criminalidade.
Não sem na véspera, José Magalhães, secretário de Estado da Administração Interna, ter dito que é preciso acabar com a «porta giratória» que prende os criminosos de um lado para depois os libertar por outro, e admitiu mesmo que o Governo pode fazer clarificações ao código do processo penal. Mas não pode: o ministro da Justiça já fez saber, em reacção à entrevista do colega de Executivo, que não prevê qualquer alteração.
O primeiro-ministro? Nada. O anúncio de Pinto Monteiro? Durará poucas horas, até que Rui Pereira chegue ao estúdio da RTP. Talvez até menos: coincidência ou não, os jornais foram informados, esta quinta-feira, no espaço de poucos segundos, de boas notícias, que tanta falta têm feito nas últimas semanas - os comunicados chegam em catadupa: um assaltante de bancos detido, um fugitivo apanhado e um raptor levado ao juiz.
Rui Pereira vai chegar à estação de televisão pela porta grande.
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