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Teixeira dos Santos: «Vamos crescer acima da Europa em 2009»

O ministro das finanças prevê crescimento acima da média europeia em 2009.

Extremamente cauteloso e no estrito respeito pelas regras e pelo mercado, Fernando Teixeira dos Santos, ministro de Estado e das Finanças, não assume compromissos sobre a descida dos impostos em 2009. «Vamos ver», qual o ritmo de redução do défice e a evolução da conjuntura, diz em entrevista ao «Diário Económico».

Sobre o conflito no BCP apenas afirma esperar que tudo volte o mais rapidamente possível à normalidade mas recusa intervir e chamar os responsáveis do banco. «É um problema que os accionistas têm de resolver».

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Apenas se mostra mais afirmativo nas questões do mercado de trabalho. Sobre isso considera que ainda há muito a ganhar na gestão do trabalho antes de se consagrar mais flexibilidade nos despedimentos.

Quando é que podemos esperar o regresso de um crescimento acima da média da União Europeia?

O crescimento trimestral tem vindo a melhorar desde a segunda metade de 2006, dando sinais de reforço e consolidação. Mantendo-se este ritmo de recuperação acredito que no final desta legislatura, por volta de 2009, estaremos a convergir para a média europeia, recuperando o que foi perdido nos anos de 2000 a 2005. Já temos sinais de que o investimento empresarial está com um dinamismo mais acentuado, nomeadamente em equipamentos, instalações e material de transporte.

O que confirma que esta dinâmica das exportações mais cedo ou mais tarde iria reflectir-se no investimento.

Considera possível que esta recuperação se faça com criação de emprego ou é inevitável um aumento do desemprego como o que se verificou em Espanha e na Irlanda, na altura da reestruturação dos seus tecidos empresarias?

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Já temos sinais de que está a haver criação de emprego. Não tem sido é suficiente para absorver todo o crescimento da população activa, o que explica o comportamento da taxa de desemprego.

Concorda com o governador do Banco de Portugal quando diz que não é possível reduzir os impostos em 2008?

Sim.

E em 2009?

Vamos ver como as coisas correm. Não gostaria de fazer previsões quanto a momentos em que poderão existir reduções de impostos porque temos de resolver o problema da redução do défice. Não podemos pensar em reduzir impostos antes de estarmos suficientemente longe dos 3% e suficientemente perto de uma situação de quase equilíbrio orçamental.

Considera que o mercado português tem sido, nos últimos tempos, excessivamente manipulado, com declarações públicas, intenções de OPA¿s¿

Não gostaria de me pronunciar sobre essa matéria. Se existem indícios de manipulação, temos uma autoridade que todos reconhecemos ter capacidade e instrumentos para detectar esses casos e adoptar medidas. A CMVM está atenta isso.

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A situação do BCP preocupa-o?

A situação do BCP é, publicamente, de conflito interno entre alguns accionistas, com reflexos nos órgãos sociais. É importante e desejável que o BCP clarifique a sua situação o mais rapidamente possível. Pela dimensão do banco no nosso sistema financeiro, só terá a ganhar com o regresso à normalidade. Mas é um assunto estritamente interno, que deve dizer respeito somente aos accionistas do BCP. Espero que sejam capazes de, o mais depressa possível, ultrapassarem e clarificarem a situação para voltarem à normalidade.

Existe o risco de uma OPA?

Não sei. O mercado saberá isso melhor do que eu.

Seria confortável para Portugal ter o BCP em mãos estrangeiras?

Não faço juízos de valor sobre isso.

Foi contactado pelo BCP?

Não fui contactado por ninguém. Como disse esta é uma matéria que diz respeito aos accionistas privados, a minha postura é de não intervir.

Nem chamou ao Ministério das Finanças o presidente do BCP?

Não chamei ninguém nem tenciono chamar. Penso que é uma matéria que tem de ser resolvida pelos accionistas do banco. Eles é que se devem entender. O Governo, sendo um banco privado, não se deve imiscuir nesse assunto.

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