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FMI aumenta peso da China nas suas decisões

O Conselho de Administração do Fundo Monetário Internacional (FMI) chegou a acordo para propor o aumento «ad-hoc» das quotas-partes da China, Coreia do Sul, México e Turquia, anunciou hoje o director-geral da instituição, Rodrigo Rato.

O Conselho aprovou igualmente um projecto de programa de dois anos que visa reformar de forma mais profunda os mecanismos de decisão no seio do FMI, indicou Rato, durante uma conferência de imprensa transmitida na Internet e citada pela «Lusa».

O aumento das quotas-partes dos quatro países «corrigirá apenas um terço das muito elevadas sub-representações. Vários outros países estão igualmente sub-representados» no seio do FMI, reconheceu.

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Esta proposta será submetida ao Conselho dos governadores do FMI, que se reunirá a 19 e 20 de Setembro em Singapura.

O cálculo das quotas-partes dos Estados membros no orçamento do FMI determina os seus direitos de voto no seio do executivo.

Segundo Rodrigo Rato, «todos os membros reconhecem que os direitos de voto e as quotas-partes não correspondem à realidade da economia mundial» e que uma revisão do sistema actual, em vigor desde 1944, se impõe.

A quota-parte da China é actualmente pouco superior à da Holanda enquanto a da Índia é mesmo inferior.

Rato deseja uma reforma das quotas-partes em duas fases.

O director-geral propõe um primeiro ajustamento pontual para os casos mais flagrantes e posteriormente uma reforma mais vasta para os países que se considerem sub-representados.

O Conselho de Administração do FMI adoptou ainda um programa de dois anos para aplicar essa segunda reforma.

Esse projecto engloba «um sistema de redefinição das quotas para o futuro», para que o peso de cada país no seio da instituição seja definido automaticamente em função da sua importância real no seio da economia mundial, explicou Rato.

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«O Conselho de Administração não definiu claramente os parâmetros» desta reforma, mas acredita que pelo menos dois deles (produto interno bruto e abertura da economia nacional) devem obrigatoriamente ser tidos em conta, sublinhou o líder do FMI.

Globalização obriga FMI a alterações

As novas condições do mundo globalizado, com intervenientes de peso como a China e a Índia, trarão mudanças ao Fundo Monetário Internacional e ao Banco Mundial, defendeu o antigo director do FMI, Michel Camdessus.

Numa conferência de imprensa na Costa Rica, Camdessus garantiu que aquelas instituições devem assumir novos papéis e apoiar as nações no combate à pobreza.

Advogou ainda que as políticas e sugestões daquelas duas organizações «serão melhor aceites», futuramente, se as novas condições mundiais se «reflectirem na sua composição interna», isto é, deve ser dado maior espaço aos novos actores.

As mudanças, garantiu Camdessus, começarão a ver-se com maior nitidez a partir da próxima assembleia anual do FMI, que terá lugar em Singapura, em Setembro.

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