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Rendas da energia: Artur Trindade diz que tinha que cortar custos sem prejudicar privatizações

Intervenção do antigo secretário de Estado da Energia na Comissão Parlamentar de Inquérito ao Pagamento de Rendas Excessivas aos Produtores de Eletricidade

O antigo secretário de Estado da Energia Artur Trindade afirmou esta quarta-feira que a sua ação política foi muito condicionada pelo acordo com a 'troika', realçando a necessidade de cortar custos sem prejudicar a privatização da EDP e da REN.

Não gosto de falar de rendas excessivas, mas de excesso de custos. Tinha que haver redução de custos. Era preciso ir vendo medida a medida", afirmou antigo governante, explicando que o acordo com os credores tinha medidas que, "aplicadas em simultâneo, produziam efeitos conflituantes", como a intenção de cortar remunerações aos produtores e alienar as empresas.

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Na intervenção inicial na Comissão Parlamentar de Inquérito ao Pagamento de Rendas Excessivas aos Produtores de Eletricidade, Artur Trindade disse que a decisão de privatizar as empresas do setor elétrico REN e EDP, decidida no essencial em finais de 2011, "condicionou fortemente todas as medidas de política energética que incidam especialmente sobre as mesmas".

Foi-me transmitida como orientação política a necessidade de não prejudicar o processo de privatização nem a reputação do país para com os investidores que compraram ao Estado a participação nessas empresas", declarou, sublinhando que "algumas das vertentes previstas [no memorando de entendimento com a 'troika'], aplicadas em simultâneo, produzem efeitos conflituantes e paradoxais".

Por exemplo, a eliminação, mais rápida, da dívida tarifária é um fator de pressão de subida nas tarifas de energia elétrica, e a descida de tarifa e a apresentação de variações tarifárias negativas é um fator que dificulta a aceleração do processo de eliminação da dívida tarifária", explicou, apontando duas medidas que estavam previstas no acordo com os credores internacionais.

O antigo secretário de Estado da Energia sublinhou que "a implementação do memorando, naquele prazo, era uma tarefa extremamente difícil e eivada de contradições e paradoxos, nos seus objetivos e metodologias".

Artur Trindade é atualmente presidente do Operador do Mercado Ibérico de Energia e assumiu funções em março de 2012, após a demissão de Henrique Gomes.

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