As negociações entre a Grécia e os credores internacionais, que se realizaram desde sábado, em Bruxelas, acabaram sem acordo. Há "divergências importantes" que persistem entre os dois lados, avançou um porta-voz da Comissão Europeia. Para além disso, "as propostas gregas continuam incompletas". A Alemanha está, de resto, a perder a paciência com os gregos e é o próprio vice-chanceler germânico que usa essa expressão, para classificar o impasse que dura há meses.
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Apesar de tudo, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, "continua convencido" que "pode ser encontrada" uma solução "até ao final do mês", altura em que Atenas tem de reembolsar uma parte do empréstimo feito pelo FMI, disse a mesma fonte comunitária, que é citada pela AFP.
Com a paciência a esgotar-se, começam a esgotar-se também as opções e a saída do país do euro é um cenário cada vez mais provável, admite por sua vez o vice-chanceler alemão Digmar Gabriel.
"Queremos ajudar a Grécia e também mantê-la no euro, mas não é só o tempo está a esgotar-se, como também a paciência em toda a Europa. Em toda a Europa, está a crescer o sentimento de que já chega"
Estes comentários surgem logo de alguém que até vinha sendo cordial e vinha mostrando simpatia pelos gregos. Este endurecimento do discurso político denota que o clima de tensão está a aumentar para níveis já incomportáveis.
"As repetidas tentativas aparentemente finais para chegar a um acordo estão a começar a fazer com que todo o processo pareça ridículo"
Ora, também este domingo, o ministro das Finanças grego foi entrevistado pela "Realnews", relativizando o abandono das negociações por parte do Fundo Monetário Internacional. Disse ainda: " Não ficaria surpreendido se o FMI fizer exigências inaceitáveis".
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