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Merkel avisa Chipre: «Não ponham à prova paciência da troika»

Parlamento voltou a adiar sessão extraordinária para votar plano B

O Parlamento de Chipre voltou esta sexta-feira a adiar a sessão extraordinária em que deverá votar o plano B para garantir o resgate financeiro de 10 mil milhões de euros, sem ter de taxar os depósitos bancários. A chanceler alemã já avisou Nicósia para que não ponha à prova a paciencia da troika.

No país, continua a análise das propostas para conseguir 5,8 mil milhões de euros e garantir o plano de resgate que deverá evitar a bancarrota. A sessão, que devia ter começado às 08:00 TMG (mesma hora em Lisboa), foi adiada para que a comissão parlamentar das finanças continue a análise dos projetos de lei, revelam os media cipriotas.

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Chipre tem de encontrar uma solução até segunda-feira, altura a partir da qual o Banco Central Europeu (BCE) já disse que não continuará a financiar os bancos cipriotas. Uma nova reunião com o Eurogrupo deverá realizar-se no domingo, em Bruxelas, disse fonte europeia à agência noticiosa francesa AFP.

A chanceler alemã, Angela Merkel, avisou esta manhã o Governo de Nicósia que não deve pôr à prova a paciência da troika nas negociações.

Deputados alemães citados pela agência Efe dizem que o aviso de Angela Merkel a Chipre foi feito numa reunião extraordinária do grupo parlamentar do partido CDU/CSU (cristãos-democratas e social-cristãos bávaros).

Os deputados avançaram que a chanceler alemã criticou a ausência de comunicação e contactos durante vários dias entre Nicósia e a troika sobre as alternativas das autoridades cipriotas para evitar a bancarrota no país.

Os deputados indicaram ainda que também o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, alertou o Chipre, na mesma reunião, para não esperar que a troika permita que tudo se mantenha como está.

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Por seu lado, o ministro dos Assuntos Exteriores, Guido Westerwelle, exigiu transparência ao Governo cipriota sob pena de a União Europeia poder paralisar por causa da atitude de Nicósia.

«Estou muito preocupado, já que está a acontecer, face à atitude cipriota, uma paralisação nas decisões da União Europeia, o que naturalmente não é bom para ninguém», afirmou Westerwelle no jornal da manhã da televisão pública alemã ARD.

Depois de exigir que Chipre respeite as regras do jogo, Westerwelle afirmou que os Estados «estão dispostos a ser solidários, mas que os países que pedem essa solidariedade devem estar dispostos a cumprir os seus deveres».

Rússia admite ajudar após plano de resgate

Já o primeiro-ministro russo, Dmitri Medvedev, diz que a situação no sistema financeiro cipriota deve ser resolvida pelo Chipre e União Europeia.

A Rússia não chegou a acordo com Chipre para um segundo empréstimo à ilha, mas «não fechou as portas à discussão sobre as possibilidades de apoiar o Chipre», disse Medvedev numa conferência de imprensa com o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso.

«Não dissemos que não queremos discutir nada, que nada queremos ouvir, que o Chipre é simplesmente um Estado membro da UE e, por isso, nos deixem em paz», acrescentou.

«Temos, realmente, interesses económicos lá e estamos prontos a discutir diferentes possibilidades de apoio a esse Estado, tanto mais que já prestámos e concedemos créditos, mas só depois de ser elaborado um esquema definitivo pelos Estados da UE e pelo próprio Chipre», acrescentou. «Só neste caso a Rússia poderá juntar-se ao processo».

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