O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, discurso esta quarta-feira no Parlamento Europeu e afirmou que a Grécia foi o "laboratório da austeridade", mas que a “experiência falhou”. Insistindo que a Grécia precisa de uma "discussão sincera sobre uma solução para o problema da sustentabilidade da dívida pública", Tsipras disse ainda que acredita que conseguirá alcançar, até ao final da semana, um acordo justo e que não irá cometer "erros do passado".
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Garantindo que o objetivo do seu governo não é “procurar o confronto com a Europa”, o primeiro-ministro não quis deixar de lembrar a União Europeia de que “este não é um problema exclusivamente grego, é um problema Europeu”. “E problemas europeus requerem soluções europeias”.
Perante o hemiciclo de Estrasburgo, Tsipras revelou alguns pontos que poderão constar da proposta grega que tem de ser apresentada até sexta-feira.
"A nossa proposta para as instituições inclui: reformas credíveis baseadas numa repartição justa de encargos. Isto inclui a cobertura adequada das necessidades financeiras do país. Inclui um programa de investimento forte, principalmente para combater o desemprego e incentivar o espírito empresarial. Inclui um compromisso para iniciar uma discussão sincera sobre uma solução para o problema da sustentabilidade da dívida pública da Grécia", anunciou Tsipras.
"Não sou um daqueles políticos que afirmam que os estrangeiros são os culpados por todas as desgraças da Grécia".
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Dirigindo-se depois ao presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, o primeiro-ministro da Grécia pediu-lhe que forneça uma base “de desenvolvimento sustentável para a economia grega".
No discurso no Parlamento Europeu, houve ainda tempo para Alexis Tsipras lembrar o referendo de domingo, no qual o povo grego deu “uma resposta corajosa” e disse ‘Não’ às propostas dos credores, “apesar dos bancos fechados e das campanhas a aterrorizar”.
"A escolha corajosa do povo grego, em condições de pressão sem precedentes, não significa uma rutura com a Europa", afirmou Tsipras, acrescentando que "a maioria do povo grego sentiu que não havia outra hipótese senão parar este caminho para lugar nenhum".
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Esta terça-feira, os ministros das Finanças da zona euro reuniram-se em Bruxelas, onde Tsakalotos afirmou que existe uma “vontade política [dos credores] para recomeçar” as negociações e dar mais uma chance à Grécia para encontrar uma solução para a situação atual.
Apesar de as propostas apresentadas na reunião de ontem serem as mesmas apresentadas aos credores na semana passada, o governo grego revelou que as mesmas apresentam algumas "melhorias".
Por sua vez, o presidente do Eurogrupo, afirmou que não, ainda não houve novas propostas gregas, portanto não há acordo em cima da mesa. Passo a passo, o que se espera é vir a negociar um novo programa de ajuda financeira de médio prazo.
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