A chanceler alemã, Angela Merkel, afastou esta quarta-feira qualquer hipótese de vir a seguir os apelos que têm sido feitos na Alemanha para que se realize um referendo sobre o euro, integração europeia e resgates financeiros.
«A minha posição permanece inalterada». «Em matéria de democracia representativa ao nível federal» o país tem assegurado um equilíbrio nas decisões, argumentou a chanceler, em declarações à agência noticiosa alemã, DPA, segundo a «Times».
PUB
«Considero que o nosso sistema democrático como é agora tem dado e continua a dar à Alemanha uma grande estabilidade interna».
A ideia de realizar um referendo foi levantada na semana passada por Alexander Dobrindt, o secretário-geral da União Social Cristã (CSU), o braço-direito do partido de Merkel, na mesma altura em que a Grécia também ponderou avançar com um.
Euro acabou com conceito de políticas domésticas
A chanceler alemã considerou ainda, na mesma entrevista, que as fronteiras entre a política doméstica e europeia já perderam a definição na Zona Euro, dando como exemplo a possibilidade do referendo grego.
«Doméstico é tudo o que está dentro da zona da moeda única. A Grécia já não pode decidir sozinha se quer ou não realizar um referendo».
Assim, «o que tivemos» foi «a sensação de que já não há nada a que se possa chamar política doméstica», sublinhou, chamando a atenção para as consequências da decisão grega sobre os 17 Estados da moeda única: «Teve ramificações para todos nós porque, de repente, a fiabilidade das decisões tomadas pelos 17 ficou em perigo». «Todos os outros 16 foram também afetados pela decisão quanto ao referendo».
PUB