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Presidente da CIP explica suspensão na Concertação Social: "Não vale tudo para chegar a acordo"

António Saraiva acusa o Governo de "desonestidade negocial" com os parceiros sociais para fazer cedências ao Bloco de Esquerda e ao PCP

O presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), António Saraiva, disse esta sexta-feira que as confederações patronais não abandonaram a Concertação Social, mas suspenderam a sua participação, por considerarem que "não vale tudo" para chegar a acordos.

Não abandonámos a concertação, suspendemos a nossa participação. Estamos à procura de estabilidade social, de estabilidade politica. Agora, para essa estabilidade, não vale tudo, e não vale sobretudo desonestidade negocial", apontou o dirigente da CIP, em declarações à TVI24.

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Esta sexta-feira, o conselho nacional das confederações patronais tomou a decisão de suspender a sua participação na Concertação Social, por considerar que o Governo desrespeitou os parceiros sociais ao acrescentar inúmeras medidas laborais, no âmbito da Agenda para o Trabalho Digno, sem discussão prévia.

António Saraiva diz ter ficado surpreendido por ver que as 70 propostas do Governo, aprovadas esta quinta-feira em sede de Conselho de Ministros, não eram compatíveis com o texto que foi apresentado, na quarta-feira passada, aos parceiros sociais.

À entrada para a reunião da Comissão Política do PS, em Lisboa, o primeiro-ministro, António Costa, admitiu ter apresentado um pedido de desculpas às confederações patronais pelo "lapso" do Governo, ao aprovar duas medidas laborais sem antes as ter apresentado em Concertação Social. 

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Para o dirigente da CIP, "o pedido de desculpas reconhece o erro e é elegante", e, apesar de as aceitar "em termos pessoais", salienta o "jogo político-partidário" que está por detrás desta decisão do executivo.

Em política, nada é por acaso, e, percebendo as desculpas do senhor primeiro-ministro, e aceitando as mesmas em termos pessoais, em política tudo tem uma intenção. E o governo, estando como está nesta cedência permanente para obtenção de votação favorável, vai cedendo a ganhos de causa que, quer o PCP, quer o Bloco de Esquerda, vêm fazendo", afirmou.

António Saraiva deixa, aliás, um apelo para que se "clarifique a situação" da governação do país, considerando que existem "determinadas situações pantanosas" que necessitam de uma "limpeza".

"Se mantivermos esta indefinição e estas cedências, (…) então que se clarifiquem as coisas, porque independentemente de advogarmos estabilidade social e estabilidade política, há determinadas situações pantanosas, que mais vale então fazermos limpezas, (...) para definir novas funções", defendeu.

Para o dirigente das confederações patronais, "os portugueses já demonstraram em todas as situações que sabem o que querem, sabem escolher", pelo que, se esta "situação continuar indefinida", deve-se seguir em frente com as eleições antecipadas, "sem medos, sem receios".

Na próxima sexta-feira, António Saraiva reunir-se-á com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, no âmbito de uma audiência sobre o Orçamento do Estado, onde prevê "avaliar" a situação e chegar a uma conclusão quanto ao "procedimento futuro" da CIP na concertação social.

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