Já fez LIKE no TVI Notícias?

Greve geral: Espanha a meio gás

Paralisação contra a austeridade une os dois países da Península Ibérica. Espanha fala em adesão de 80%

Atualizada às 9h45

No dia em que se cumpre a primeira greve geral ibérica, Espanha está a meio gás, nesta que é a segunda greve geral deste ano no país e que foi convocada, como noutros países do sul da Europa, para protestar contra a austeridade, o desemprego e a precariedade.

PUB

Desde a meia-noite, os piquetes de greve agitam bandeiras vermelhas de dois grandes sindicatos espanhóis, UGT e CCOO, que invadiram Madrid e outras grandes cidades do país, e posicionam-se à porta das fábricas, dos mercados grossistas para apelar os assalariados para se unirem à greve, adianta a Lusa.

As primeiras horas de greve decorreram sem incidentes importantes, mas o ministério do Interior espanhol afirmou que pelo menos 32 pessoas foram detidas e 15 ficaram feridas devido a desacatos.

As principais centrais sindicais espanholas estimam que a adesão à greve geral ultrapassou os 80% em toda a Espanha nas primeiras horas da jornada.

A estimativa foi apresentada em conferência de imprensa pelos representantes das centrais UGT (José Javier Cubillo), CCOO (Antonio del Campo) e USO (Ladislao Pérez).

Os responsáveis sindicais destacaram estar satisfeitos com a adesão, explicando que em alguns setores mais de 90% dos trabalhadores não estão a trabalhar.

O Governo, por seu lado, informou que a greve geral está a decorrer com normalidade, com os serviços mínimos a serem cumpridos e sem que haja «grandes alterações» nos principais centros do país.

PUB

Cristina Díaz, diretora geral da polícia, confirmou também que nas primeiras horas se registaram quase 40 detenções em vários pontos de Espanha, com destaque para Madrid e Valência, de pelo menos 18 pessoas feridas, entre as quais quatro agentes policiais.

Ainda assim, refere tratarem-se de incidentes isolados, referindo que a greve está a decorrer sem alterações da ordem pública relevantes.

As zonas de maior tensão viveram-se em pontos como a estação de Atocha e nos grandes centros de distribuição das principais cidades, onde os piquetes conseguiram, durante várias horas, impedir a passagem de camiões.

Apesar disso, Díaz explicou que os mercados estão agora a registar uma atividade «muito próximo a jornadas normais».

O mercado de Sevilha tem a sua atividade parada e os de Valência, Granada e Saragoça estão a meio gás, devido às paralisações.

A responsável policial explicou que o seguimento está a ser «baixo» no setor de transportes, nomeadamente o ferroviário.

PUB

Já na indústria foram pontualmente encerradas algumas das principais unidades do setor automóvel na Catalunha, Castela e Leão e Aragão.

Citado pela imprensa espanhola, o presidente da Confederação de Vendedores de Imprensa de Espanha (COVEPRES), Juan Vicioso, disse que a maioria dos quiosques abriu à primeira hora da manhã.

Ainda assim, sublinhou, a distribuição dos jornais caiu mais de 50% e algumas empresas contrataram substitutos para a distribuição que, por desconhecerem os percursos estão a chegar com bastante atraso.

Entretanto o presidente da patronal espanhola (CEOE), Juan Rosell, advertiu hoje que a greve «política» de hoje é um «torpedo à recuperação», criticando os piquetes informativos que os sindicatos instalam em vários pontos de trabalho.

Considerando que as primeiras horas de greve demonstram que as consequências da greve não estão a ser muito elevadas, Rosell disse à rádio Cope que a paralisação de hoje pode ter ainda menor impacto que a greve geral anterior, a 20 de março.

Entretanto, e segundo dados da Rede Elétrica de Espanha (REE) a procura de energia elétrica era ao início da manhã de hoje de 25.172 megawatts, uma queda de 15,5% face ao consumo de quarta-feira passada, à mesma hora.

Os sindicatos destacam que essa queda de consumo demonstra o impacto da greve, especialmente no setor industrial.

PUB

Últimas