O ministro da Economia, António Pires de Lima, afirmou que está agendada para sexta-feira uma reunião no Ministério com os sindicatos da TAP, rejeitando fazer um comentário sobre a convocação da greve para a quadra do Natal.
Os 12 sindicatos que representam os trabalhadores da TAP, entre os quais os pilotos, decidiram na quarta-feira avançar com uma greve de quatro dias, entre 27 e 30 de dezembro.
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Instado quarta-feira a comentar o anúncio de greve, Pires de Lima, que se encontra em Boston, nos Estados Unidos, disse que «há uma reunião marcada desses sindicatos no Ministério da Economia com o secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, e onde ele próprio procurará estar para ouvir os sindicatos, perceber as motivações desta greve que foi anunciada».
Por isso, «acho que não seria cordial estar-me a pronunciar sobre este tema», que classificou de «sensível» e «delicado», relativamente a uma empresa «muito importante para os portugueses» e que «presta serviços relevantes todo o ano».
Pires de Lima falava à Lusa em Boston, à margem de uma iniciativa do programa Portugal Ventures, que decorreu no Cambridge Innovation Center.
O ministro rejeitou pronunciar-se publicamente sobre o tema, nomeadamente por estar nos Estados Unidos a «promover a atividade exportadora, de inovação e de empreendedorismo» portuguesa.
«Vou ouvir e não quero de maneira nenhuma estar-me a antecipar publicamente àquilo que será a reunião de sexta-feira», reiterou.
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Questionado sobre se a marcação da greve é definitiva ou se poderá haver alterações, Pires de Lima disse que iria «transmitir em primeira-mão aos sindicatos aquilo» que é a sua «sensibilidade relativamente a esta matéria».
O governante rejeitou qualquer tipo de receio para não fazer comentários sobre a greve.
«Não é por receio ou medo» que não reajo ao tema em Boston, mas sim «por respeito aos próprios trabalhadores e instituição» que reservo o direito de reagir após ouvir os sindicatos.
Questionado sobre se vai privatizar a TAP no período que tem traçado, Pires de Lima afirmou: «Essa é uma questão que nem se põe».
Depois da aprovação do decreto-lei da privatização da operadora aérea portuguesa, aguarda-se a promulgação do mesmo pela presidência, para depois se avançar com o caderno de encargos.
Pires de Lima garantiu que a privatização da TAP vai acontecer «durante os primeiros meses de 2015».
Em comunicado conjunto divulgado na quarta-feira, a plataforma que reúne os 12 sindicatos da TAP adiantou que a greve tem como objetivo «sensibilizar o Governo para a necessidade de travar o processo de privatização».
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«As garantias invocadas pelo Governo, até este momento, não são credíveis, nem eficazes. O interesse nacional não é salvaguardado. Não há urgência em privatizar, tal como o ministro da Economia transmitiu no passado dia 05 de dezembro, na Assembleia da República», adianta o comunicado da Plataforma Sindical da TAP, divulgado após uma assembleia-geral do Sindicato dos Pilotos de Aviação Civil realizada na quarta-feira.
Os 12 sindicatos sublinham que a privatização do grupo «não garante o crescimento da atividade, nem a manutenção da TAP de hoje, nem o nível do emprego, nem as receitas fiscais, nem os fluxos turísticos no território nacional».
Segundo o Diário Económico, esta greve poderá custar até 36 milhões de euros à transportadora aérea portuguesa.
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