O presidente do Banco BIC Angola, Fernando Teles, considerou esta segunda-feira em Lisboa que a entidade que lidera não tem dimensão suficiente para se lançar na corrida à compra do Novo Banco, admitindo analisar apenas a possível venda de balcões, nota a Lusa.
«Não podemos ter mais olhos que barriga», afirmou o gestor à margem de um evento em Lisboa, depois de questionado pelos jornalistas sobre um possível interesse do BIC Angola - entidade 'gémea' ao nível da estrutura acionista do BIC Português, que adquiriu o Banco Português de Negócios (BPN) ao Estado - no banco de transição que resultou da medida de resolução imposta pelo Banco de Portugal ao Banco Espírito Santo (BES).
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«O Novo Banco é para ser adquirido por bancos com outra dimensão», reconheceu, não descartando, contudo, a possível aquisição de agências que o futuro dono do Novo Banco possa vir a alienar.
«Se tiver balcões à venda, então analisamos», sublinhou.
Os líderes do Banco BPI e do Santander Totta já revelaram publicamente que vão analisar a possibilidade de compra do Novo Banco, cujo acionista é atualmente o Fundo de Resolução.
Este processo só avança depois de concluídos os trabalhos de avaliação de ativos do Novo Banco, ainda em curso, que vão permitir definir o balanço zero da instituição.
A 03 de agosto, o BdP tomou o controlo do BES, após o banco ter apresentado prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros, e anunciou a separação da instituição em duas entidades.
No chamado banco mau (bad bank) um veículo que mantém o nome BES, ficaram concentrados os ativos e passivos tóxicos do BES, assim como os acionistas, enquanto no 'banco bom', o banco de transição que foi designado Novo Banco, ficaram os ativos e passivos considerados não problemáticos.
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