Notícia actualizada às 20h com reacção do BE
A mais recente projecção do Banco de Portugal, prevendo um agravamento da recessão em 2012, comprova que «é errado» adoptar medidas de austeridade para além das que foram acordadas com a troika, na óptica do PS. Já o PCP, na reacção a estas estimativas, destaca que elas são uma consequência natural da «política de desastre» que vem sendo seguida.
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«A austeridade tem efeitos recessivos e, como tal, toda a austeridade para além da acordada com as instituições internacionais é errada do ponto de vista económico», disse Pedro Nuno Santos, vice-presidente do Grupo Parlamentar do PS, depois de o Banco de Portugal ter projectado para o próximo ano um agravamento da recessão, apontando para uma contracção de 2,2% em vez de 1,8%.
O problema que Portugal enfrenta, diz o dirigente socialista, «só pode ter solução no plano europeu e internacional». «Os dados do Banco de Portugal confirmam que o país precisa de uma resposta europeia ao problema nacional. Por isso, exige-se ao Governo uma palavra sobre o debate que está a ser travado no plano europeu, mas, infelizmente, não se assiste ao governo português a participar nesse debate com propostas e uma atitude pró-ativa sobre a reforma das instituições europeias», cita a Lusa.
PCP: «O pilriteiro dá pilritos»
Na sua declaração de reacção aos dados do Banco de Portugal, na Assembleia da República, o deputado do PCP Agostinho Lopes começou por usar um ditado popular já pouco conhecido: «O pilriteiro dá pilritos».
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«Estamos perante a consequência natural da política de desastre, de profunda recessão, que agrava os índices - índices que desmentem os anteriores números avançados pelo Banco de Portugal».
Na mais recente projeção do Banco de Portugal, «nem sequer os números das exportações compensam a política de desastre profundo que está em cima da mesa». «O PCP considera particularmente grave as previsões relativamente ao desemprego. Não só não se está a criar nenhum emprego, como a perspectiva é de destruição líquida brutal de postos de trabalho. Até podemos dizer que o Governo dá o exemplo, começando no próprio aparelho de Estado».
Agostinho Lopes afirmou depois que no sector da economia «a situação do país é particularmente grave».
BE: números são «brutais»
Já o Bloco de Esquerda acusa o Governo de estar a destruir a economia com a sua política de «austeridade». Os números «são brutais» e mostram que «a austeridade adensa a recessão, a recessão destrói a economia, cria desemprego e desestabiliza as contas públicas», apontou o deputado Pedro Filipe Soares.
A «derrapagem de 0,5 pontos percentuais do Produto Interno Bruto» na previsão de crescimento para 2012 «equivale a cerca de mil milhões de euros e é uma nova metade do subsídio de Natal dos portugueses».
As previsões contrariam a assim, na óptica do BE, a suposição do Governo de que Portugal teria «saído da crise» em 2013. «O que nós temos é que a austeridade traz mais recessão e a recessão leva a mais austeridade, que já foi prometida para 2012».
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