Os clientes do papel comercial do Banco Espírito Santo têm procurado reaver o seu dinheiro junto do Novo Banco, mas o regulador teme que, se adotar uma solução específica de pagamento a esses clientes – sei que a lei justifique sem qualquer dúvida que estes têm prioridade de pagamento do Novo Banco – tal serviria de argumento legal para que detentores de dívida subordinada e até acionistas do BES, que perderam tudo, inundassem o banco de pedidos, inclusivamente com recurso a tribunais, escreve o «Diário Económico».
Daí que a recomendação do Banco de Portugal tenha sido de que o Novo Banco deveria fazer uma proposta aos clientes de papel comercial que poderiam vir, a médio prazo, a trazer algum ganho ao banco, de forma a que o ressarcimento desses clientes tivesse um impacto neutro no balanço do banco.
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O facto é que essa exigência deixa de fora muitos dos clientes afetados, que continuam sem conseguir receber o seu dinheiro.
Este entendimento não é partilhado pela Comissão de Mercado e Valores Mobiliários: Carlos Tavares defende que fora criadas expetativas e por isso o papel comercial deve ser pago aos clientes, por razões jurídicas e morais.
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