Com a venda, por 1 euro, do Banco Popular ao Santander, há implicações desta operação também para Portugal. A filial portuguesa será integrada no grupo espanhol, que em Portugal está representado pelo Santander Totta.
Ora, o Santander Totta, que ainda em dezembro de 2015 comprou o Banif, reforçará a quota de mercado em território nacional com esta aquisição do Popular por parte da sua casa-mãe. Torna-se o maior banco privado em Portugal, superando o BCP em ativos e em balcões (veja o grafismo no vídeo, em cima).
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A entidade liderada por Vieira Monteiro já emitiu um comunicado a congratular-se com o negócio e dirigindo uma mensagem a colaboradores e clientes do Banco Popular. "Como resultado desta operação, o Banco Santander Totta incorporará o Banco Popular Portugal, criando as condições para desenvolver ainda mais a sua atividade de apoio às famílias e empresas portuguesas", começa por dizer, para reforçar de seguida:
Totta pede ajuda aos seus trabalhadores na transiçãoA decisão hoje tomada garante aos clientes do Banco Popular Portugal e aos seus cerca de 1.000 colaboradores os benefícios da solidez e confiança que são reconhecidos ao Santander Totta".
Os funcionários do Santander Totta receberam, entretanto, uma mensagem do seu presidente, na qual Vieira Monteiro considerou que a integração do Banco Popular Portugal será "um grande desafio" e garantiu que "serão criadas as melhores condições de acolhimento" para os 1.000 novos funcionários.
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Para o enfrentar conto com a colaboração de todos vós para respondermos às necessidades dos nossos novos clientes e darmos o nosso contributo ao sistema financeiro e à economia portuguesa".
O gestor explicou que "seguir-se-ão agora os necessários procedimentos para a integração jurídica do Banco Popular” e, sobre os trabalhadores que o Santander também integrará, afirmou estar certo de que os funcionários atuais do Santander Totta criarão "as melhores condições de acolhimento para os novos colaboradores".
Entretanto, o supervior da banca, o Banco de Portugal, veio tentar tranquilizar os clientes do Banco Popular em Portugal, garantindo que as poupanças estão protegidas e o banco vai continuar a funcionar normalmente.
No comunicado que fez chegar às redações de manhã, o Santander Totta enaltece que, com esta aquisição, "mais de 21 milhões de clientes nos dois países passarão a beneficiar de uma muito mais ampla rede de balcões e de uma mais larga oferta de produtos e de serviços".
Constata, igualmente, que o Banco Santander torna‐se no maior banco em Espanha, ao mesmo tempo que o Banco Santander Totta passa a ser "o maior banco privado em Portugal" em "ativos e crédito e um dos maiores em termos de recursos", enfatizando o "o apoio às empresas e às famílias portuguesas". As contas do banco apontam para uma quota a rondar os 17%.
A entidade liderada por Vieira Monteiro sublinha aquilo que foi anunciado, esta manhã, pelo grupo Santander: um aumento de capital de 7.000 milhões de euros, para garantir o capital e as provisões necessárias para que o Banco Popular "possa operar com normalidade". Se as necessidades são estas, isso quer dizer que o Banco Popular estava à beira da falência.
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