O vice-presidente do Millennium bcp, Paulo Macedo, afirmou esta segunda-feira que o cenário de reestruturação da dívida portuguesa «não deveria estar em cima da mesa», cita a Lusa.
Paulo Macedo falava aos jornalistas à margem da Conferência «Portugal, Que Futuro?», que se realizou em Lisboa. Questionado sobre se o Governo que resultar das eleições legislativas de 5 de Junho terá tempo para fazer propostas a três semanas do final de Julho e se tem tempo para as cumprir, o gestor começou por explicar que «o calendário é muito difícil». No entanto, independentemente dos prazos serem «um pouco anormais» face ao calendário político, Portugal «tem toda a vantagem» em os cumprir.
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«Daríamos um péssimo sinal se não cumprirmos um calendário com o qual nos comprometemos há poucas semanas», disse.
O vice-presidente do BCP lembrou, à semelhança de Norberto Rosa, administrador da Caixa Geral de Depósitos (CGD), que uma reestruturação da divida seria «muito pesada» para o país.
Já Joaquim Goes, administrador do Banco Espírito Santo, concordou com os outros participantes na Conferência, sublinhando que a banca em Portugal está a fazer um processo de desalavancagem para reforçar os capitais próprios.
«A CGD é uma instituição pública que tem uma quota de mercado de 35%. Está prevista a possibilidade de alienar os seguros, isto é, actividades que não fazem parte do negócio principal», explicou Norberto Rosa.
Paulo Macedo afirmou também que «é fundamental» que os bancos equilibrem mais o crédito com os depósitos que captam e invistam sobretudo nas empresas voltadas para a exportação.
Para os banqueiros presentes, a última década foi vivida num contexto de «liquidez ilimitada» e de uma «política monetária expansionista», o que levou os bancos, por que havia essa procura, a adoptarem uma perspectiva racional de maximizarem os lucros.
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