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Constâncio descarta resgate a Espanha

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O vice-presidente do Banco Central Europeu, Vítor Constâncio, descarta a possibilidade de Espanha ser resgatada. E está confiante nos efeitos que os cortes orçamentais do governo de Mariano Rajoy vão ter no défice público.

Um eventual resgate europeu a Espanha «não está no cenário agora», afirmou ainda na sexta-feira Vítor Constâncio, em declarações à agência noticiosa Efe, em Washington, onde deu uma conferência no think tank European Institute.

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«Ninguém conhece a situação exata porque o futuro pode mudar, mas, de acordo com o cenário presente, não contemplamos essa medida».

Na sua intervenção, o vice-presidente do BCE sublinhou que a informação sobre o país dada pela Comissão Europeia e pelo Governo espanhol levam a descartar «a participação de qualquer dos mecanismos de intervenção de que a Europa dispõe», tanto o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF) como o Mecanismo Europeu de Estabilidade (MES), cita a Lusa.

Ainda assim, Vítor Constâncio reconheceu que «os instrumentos [de intervenção] estão aí e, evidentemente, se for preciso utilizá-los, serão utilizados para resolver possíveis problemas em qualquer dos países membros».

O número dois do BCE defendeu que as medidas adotadas pelo Executivo de Mariano Rajoy para reduzir a despesa e o défice públicos são garantias de que Espanha vai cumprir os seus compromissos.

«É claro que o Governo espanhol se comprometeu a conseguir isso e acreditamos que as medidas que foram tomadas em Espanha podem assegurar os objetivos [do défice] para este ano e para o próximo».

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Focando-se depois no plano europeu, considerou que as reformas empreendidas pelos governos dos Estados-membros se converteram em «instrumentos» complementares à política monetária do BCE para lutar contra a crise de dívida soberana e contribuir para a recuperação da economia europeia.

Diante de uma audiência norte-americana, com representantes da administração Obama, Constâncio reiterou as medidas aplicadas pela instituição que dirige: «Não vemos nenhuma razão para as alterar».

Declarações que surgem numa altura em que o BCE tem sido alvo de críticas por centrar a sua política no controlo dos preços e não assumir também o objetivo do pleno emprego, à semelhaça da Reserva Federal (Fed) norte-americana.

O mesmo responsável disse que a maior vontade do BCE é conter a inflação, que considera ser agora «totalmente controlada». Segundo as suas previsões, o indicador se deverá manter baixo durante o atual exercício económico.

Para o vice-presidente do BCE, o aumento das reservas de dinheiro (base monetária) nos Estados-membros não vai induzir a subida de preços na Zona Euro, porque ainda não há procura suficiente na atividade económica.

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Vítor Constâncio rejeitou que a sua instituição seja dominada pelos governos ou pelos atores financeiros e disse que «não há risco nenhum para a sua independência».

Alemanha elogia esforços de Espanha

Entretanto, também o ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schauble, elogiou o esforço de redução do défice público por parte de Espanha e garantiu que, pela primeira vez em vários meses, a situação na Zona Euro não é o centro das reuniões do FMI.

Num encontro com a imprensa, Wolfgang Schäuble disse que é «digna de admiração» a exposição feita pelo ministro espanhol da Economia, Luís de Guindos, sobre as medidas de ajuste tomadas por Madrid e as reformas da sua economia.

Se outros países copiarem a Espanha, a Europa registaraia um «desenvolvimento muito positivo», comentou o ministro alemão, igualmente citado pela Lusa.

«Podemos dizer ao mundo, com convicção plena, que os europeus cumpriram os seus compromissos e que estamos no bom caminho».

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