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Draghi diz que perspetivas na zona euro são mais "brilhantes"

Presidente do BCE fez ainda um apelo aos governos para que se envolvam de forma mais sistemática nas reformas estruturais "que ancoram a retoma do crescimento"

Mario Draghi fez ainda um apelo aos governos para que se envolvam de forma mais sistemática nas reformas estruturais "que ancoram a retoma do crescimento". O segundo fórum mundial do BCE iniciou-se na quinta-feira e decorre até sábado, juntando novamente em Sintra algumas das mais influentes personalidades do mundo da política monetária para debater o desemprego e a baixa inflação na Europa.

O presidente do BCE, Mário Draghi, considera que “as perspetivas económicas para a zona euro são hoje mais brilhantes do que têm sido ao longo de sete longos anos”.

O líder do Banco Central Europeu (BCE) conluiu, assim, com uma nota positiva a sua intervenção no segundo dia do Fórum do BCE que se realiza em Sintra pelo segundo ano consecutivo, justificando esse otimismo com os dados do crescimento económico e com as expectativas da inflação.

Mas, Draghi deixou também um aviso: “Isto não é de modo nenhum o fim dos nossos desafios e a recuperação cíclica por si só não resolve todos os problemas da Europa. Não elimina o fardo da dívida que afeta partes da União. Não elimina os elevados níveis de desemprego estrutural que assombram muitos países. E isso não elimina a necessidade de aperfeiçoar a estrutura institucional da nossa união monetária".

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Isto porque, apesar de "a política monetária poder orientar a economia de volta ao seu potencial e as reformas estruturais poderem "elevar esse potencial", será a combinação dessas políticas que vão permitir "uma estabilidade duradoura e prosperidade" na zona euro.

Apesar do tom otimista com que encerrou a sua intervenção, Draghi fez um discurso marcado pela necessidade de reformas estruturais e deixou mesmo o alerta de que face às atuais previsões que colocam o potencial de crescimento na zona euro abaixo de 1%, parte das perdas resultantes da atual crise se poderá tornar permanente e o desemprego elevado.

"O crescimento potencial está hoje estimado em menos de 1% na zona euro e deverá manter-se bem abaixo das taxas de crescimento anteriores à crise. Isto significaria que uma parte significativa das perdas económicas resultantes da crise se tornaria permanente, com o desemprego estrutural a ficar acima de 10% e o desemprego jovem elevado", disse o líder do BCE.

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Durante a conferência será possível ouvir ainda os governadores dos bancos centrais de Inglaterra, Mark Carney, da Irlanda, Patrick Honohan, e do Japão, Haruhiko Kuroda.

No Fórum marcam presença também os economistas chefe das principais organizações económicas internacionais: Peter Praet, pelo BCE, Olivier Blanchard (que deixa o cargo em setembro), pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), e Catherine L. Mann, pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).

O Fórum mundial ocorre numa altura em que a taxa de inflação na zona euro parece ter deixado o terreno negativo: em abril os dados mais recentes apontam para uma taxa de inflação homóloga na zona euro nos 0,0%, o que compara com -0,1% em março.

Esta conferência do BCE replica um modelo que a Reserva Federal (Fed) norte-americana realiza desde 1978 numa cidade do Kansas, Jackson Hole, que deu nome ao evento que a Fed promove anualmente. No ano passado, o BCE realizou a sua primeira conferência mundial em Sintra.

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