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Previsões: recessão pior e mais austeridade em 2012

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Economia contrai 1,9% este ano e 2,2% no ano que vem. Mas Banco de Portugal piora projecções, dependendo das medidas inscritas no Orçamento para 2012

O Banco de Portugal (BdP) acaba de rever as previsões macroeconómicas para 2011 e 2012. E se o banco central está agora mais optimista para este ano, o mesmo já não se pode dizer para 2012. Mas, mesmo assim, as suas projecções são mais optimistas do que as do Governo, sem contabilizar quaisquer medidas adicionais para o ano.

A casa governada por Carlos Costa aponta para uma contracção de 1,9% este ano (em vez dos 2% esperados na Primavera) e outra de 2,2% no ano que vem (em vez dos anteriores 1,8%). A melhoria registada na projecção para este ano deve-se a uma diminuição menor que o previsto no consumo público. Já a deterioração nas previsões para 2012 deve-se a uma queda do consumo privado maior que antes se antevia.

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Mesmo assim, o BdP aponta para uma recessão menos profunda que o Governo no ano que vem, já que o executivo espera agora uma contracção de 2,3% em 2012.

As razões para a contracção económica são óbvias: a austeridade necessária à consolidação orçamental (que vai prejudicar o consumo privado e o investimento) e a deterioração do cenário externo, que vai deprimir as exportações em 2012, diz o Boletim Económico de Outono.

«A trajectória da economia no futuro próximo encontra-se rodeada de elevada incerteza, em função, nomeadamente, das características da resolução institucional da actual crise da dívida soberana na área do euro, bem como da magnitude e persistência da desaceleração da economia mundial».

As projecções do banco central só têm em conta as medidas «já aprovadas ou com elevada probabilidade de aprovação e especificadas com detalhe suficiente», pelo que não levam ainda em linha de conta as medidas por aprovar. Quer isto dizer que as previsões podem ainda vir a ser revistas e piorar, dependendo, por exemplo, das medidas inscritas no Orçamento do Estado para 2012.

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O banco reconhece que as previsões enfrentam riscos associados à evolução do enquadramento internacional e ao processo de consolidação orçamental, «nomeadamente no que respeita à especificação de medidas adicionais necessárias ao cumprimento integral dos objectivos orçamentais assumidos pelas autoridades».

Depois de Portugal ter reportado a Bruxelas um défice de 8,3% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro semestre do ano, o banco assume que o objectivo para este ano em termos de défice (5,9%) «só será atingido com medidas adicionais significativas. No caso destas medidas assumirem um carácter temporário, o Orçamento do Estado para 2012 reveste-se de uma exigência adicional, devendo à partida incorporar um conjunto muito considerável de medidas estruturais».

O ajustamento da economia deverá acarretar uma diminuição de cerca de 6 p.p. no défice externo nestes dois anos, resultante, por um lado, de algum aumento da taxa de poupança interna e, por outro, de uma significativa contracção do investimento.

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As previsões do BdP em números

Este ano, o consumo privado deverá cair 3,8%, atenuando depois a queda para 3,6% em 2012. Já o consumo público, recua 3,3% (antes previa-se uma queda de 6,3%) em 2011 e 4,1% em 2012. Pior, só mesmo o investimento, que desce 11,4% este ano e 10,8% no ano que se segue. Tudo somado e medido, a procura interna deverá recuar 5,2% este ano e 4,8% no ano que vem.

Com sinal positivo, só mesmo as exportações, e mesmo assim, a abrandar: a um crescimento de 6,7% este ano, deverá seguir-se uma expansão de aumentas 4,8% em 2012. Já as importações, deverão cair 4,1% este ano e 2,8% no ano que vem.

O BdP aponta para uma taxa de inflação de 3,5% este ano. Mas em 2012, o custo de vida já só deverá aumentar 2,4%.

As projecções do boletim assentam num conjunto de hipóteses, como «uma ligeira depreciação do euro» em 2012, e uma descida da cotação do petróleo de 112 dólares por barril para 108 dólares em 2012.

No que diz respeito a taxas de juro, mesmas manter-se-ão «ligeiramente acima de 1%» durante 2012.

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