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Ricardo Salgado: «Não é momento para estarmos com eleições»

Presidente do BES reconhece valor de Passos Coelho e espera que o novo líder laranja não cause eleições antecipadas

O presidente do BES, Ricardo Salgado, acredita que a actual legislatura pode chegar ao fim, até porque, diz, «este não é o momento para estarmos com eleições».

Em entrevista ao «Diário de Notícias» e à TSF, o banqueiro diz querer acreditar que o actual Governo, ainda que minoritário, conseguirá chegar ao fim do mandato. «Quero acreditar nisso, porque não é o momento de estarmos novamente com eleições. Não nos podemos esquecer de que as eleições legislativas anteriores foram há relativamente pouco tempo, seis meses, por aí. O Governo, o Partido Socialista, tem a legitimidade de ter ganho relativamente aos outros as eleições», diz.

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Ricardo Salgado recorda que «o PEC obteve boas notas, quer da Comissão Europeia, quer da OCDE, quer do Fundo Monetário Internacional. Passou. Há 15 dias estive num roadshow em Londres, organizado por um grande banco americano, onde vi mais de 20 investidores, e não é exagero dizer que a grande maioria desses investidores perguntaram se o PEC ia ser aprovado pelos partidos do Parlamento. E também não posso deixar de dizer que, se não tivesse sido aprovado, estaríamos numa situação muito complicada».

O banqueiro elogia ainda a atitude da líder do PSD (à altura Manuela Ferreira Leite), «que conseguiu, apesar de tudo e com grandes dissidências, assumir a responsabilidade da aprovação pelo seu partido, defendendo o interesse nacional. Porque, quando o partido que está no Governo é minoritário, obriga necessariamente a um aumento exponencial da responsabilidade dos partidos da oposição. E o PSD esteve à altura de defender os interesses nacionais, concertando-se com o Governo em matéria do PEC».

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Sobre o novo líder do PSD, Pedro Passos Coelho, o presidente do BES diz que «é um jovem, mas é um jovem que tem uma característica: já esteve no PSD muitos anos. Não sou um especialista político, mas lembro-me de o ver na juventude social-democrata cheio de energia, mobilizador, pelos vistos. Conseguiu mais de 60% dos votos do PSD, portanto, tem condições para se afirmar. Agora é preciso que o PSD, que tem sempre tendência para se autodestruir em termos de lideranças, lhe dê tempo para essa afirmação. E é muito importante para o nosso país termos um PSD novamente activo, dinâmico, consciente, responsável e sob uma liderança forte. E acredito que isso possa vir a acontecer».

Ricardo Salgado espera, no entanto, que Passos Coelho não provoque eleições antecipadas. «Parece-me que é essencial um nível de consciência sobre a responsabilidade que há hoje ao nível do Parlamento em termos de defesa do interesse nacional. Qualquer estremeção na gestão pública pode hoje transformar-se num problema gravíssimo em termos da credibilidade do nosso país. É fundamentalmente isso que é preciso evitar. O Governo tem de governar, tem bons ministros, indiscutivelmente».

Questionado se José Sócrates é também um «bom primeiro-ministro», o banqueiro respondeu: «Acho que sim. O primeiro-ministro tem estado a ser muito atacado pelos media. Este problema dos media, entre os media e o Governo, aquilo a que temos vindo a assistir, são constantemente problemas, guerras. Parece a guerra do gato e do rato em que os papéis se invertem constantemente! Aliás, os homens dos media sabem bem como chamam aos media! É o quarto poder, não é?»

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