O Montepio arrisca uma multa pesada por falhas no controlo de branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo. O Banco de Portugal deduziu acusações contra a Caixa Económica Montepio Geral e ainda contra Tomás Correia, ex-presidente, e Almeida Serra, ex-administrador da instituição bancária.
O supervisor acusa-os de não terem levado a cabo, e com tempo, os procedimentos para garantir o controlo de movimentos financeiros ilícitos, nomeadamente operações suspeitas entre Portugal e Angola que não terão sido reportadas. Operações essas que estão a ser investigadas pelo Ministério Público.
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O jornal Público adianta que as acusações estão em curso, mas não houve ainda lugar a condenação. Os visados poderão apresentar defesa. Se não convencerem o Banco de Portugal, os dois gestores e a empresa podem ser alvo de coimas conjuntas entre 50 mil e cinco milhões de euros.
Foi o próprio banco central que ordenou uma auditoria forense a vários bancos no ano passado, efetuada pela Deloitte. E foi aí que foram encontradas falhas de controlo interno no Montepio. Tomás Correia e Almeida Serra são visados porque, na altura, exerciam aqueles cargos.
Na condição de gestores, podem ser multados entre 15 mil e 1,250 milhões de euros. Já o banco, enquanto instituição, pode pagar entre 25 mil e 2,5 milhões.
Ambos os administradores deixaram de ter assento nos órgãos sociais do banco no verão de 201, mas Tomás Correia mantém-sà frente da Associação Mutualista Montepio Geral, que é a dona da Caixa Económica Montepio Geral. O banco é atualmente presidido por José Félix Morgado.
O Montepio atingiu um novo mínimo histórico em bolsa na última sessão, de 42 cêntimos e na abertura do PSI20, esta quarta-feira, estava inalterado. Os acionistas reúnem-se hoje em Assembleia Geral extraordinária para deliberar sobre o programa de ação e o orçamento para 2017.
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