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Anterior Governo não tomou "nenhuma iniciativa" para privatizar a CGD

Maria Luís Albuquerque, que era secretária de Estado do então ministro Vítor Gaspar, garantiu que não houve discussões sobre uma eventual privatização do banco

A antiga ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque sublinhou, esta quinta-feira, que o executivo PSD/CDS-PP a que pertenceu não tomou "nenhuma iniciativa" para privatizar a Caixa Geral de Depósitos (CGD)

"Não foi tomada nenhuma iniciativa para fazer a privatização da CGD", sustentou a antiga governante do PSD, que está hoje a ser ouvida no parlamento na comissão de inquérito sobre a CGD.

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Na recapitalização conduzida em 2012 no banco público, Maria Luís Albuquerque era secretária de Estado do então ministro Vítor Gaspar, mas a social-democrata assevera que não houve discussões sobre uma eventual privatização do banco.

E rematou: "Se tivesse sido tomada alguma iniciativa nesse sentido [privatização], teríamos pois tido conhecimento, e de facto não foi".

A atual vice-presidente do PSD começou a ser ouvida na comissão de inquérito pelas 17:45, escusando-se a fazer uma declaração inicial - as primeiras respostas de Maria Luís Albuquerque são feitas a perguntas do deputado do BE na comissão, Moisés Ferreira.

A comissão de inquérito à CGD tomou posse a 5 de julho na Assembleia da República, e debruça-se, por exemplo, sobre a gestão do banco público desde o ano 2000, abordando ainda os factos que levaram ao processo recente de recapitalização da CGD, que foi aprovado por Bruxelas.

A antiga ministra das Finanças do PSD Maria Luís Albuquerque sublinhou ainda que a relação entre o aumento das taxas de juro da dívida pública portuguesa e o capital dos bancos é "umbilical" e a primeira influi diretamente na segunda.

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Quando os juros da divida pública aumentam, isso consome capital dos bancos", e, portanto, a relação entre ambos os elementos "não podia ser mais forte e umbilical".

"É de facto o mais estreita possível", concretizou Maria Luís Albuquerque, que está hoje a ser ouvida na comissão parlamentar de inquérito à gestão da Caixa Geral de Depósitos (CGD).

E concretizou, em resposta a perguntas do deputado do CDS João Almeida: "Quando a taxa [de juro] sobe, o ativo dos bancos perde valor, e ao perder valor consome capital e reduz a sua capacidade de financiar a economia e emprestar dinheiro às pequenas e médias empresas".

No que refere em concreto à Caixa, Maria Luís lembrou que o banco foi sempre escrutinado pelas "entidades mais insuspeitas", casos da Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional, que formaram a ‘troika', que manteve o recente programa de assistência financeira a Portugal.

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A antiga ministra das Finanças do PSD considerou também que uma instituição que não tenha uma "liderança estabelecida" é alvo potencial de "grande instabilidade".

Não ter uma liderança estabelecida é algo que cria grande instabilidade em qualquer instituição", sustentou a social-democrata.

A antiga titular da pasta das Finanças do executivo de coligação PSD/CDS-PP declarou ainda que "nunca" interferiu, enquanto ministra, em "nenhum negócio específico da Caixa".

E concretizou: "Não cabe a um ministro das Finanças interferir em operações específicas, ou seja, saber se se deve ceder crédito a pessoa A ou pessoa B, reestruturar, o que quer que seja".

A antiga ministra das Finanças do PSD Maria Luís Albuquerque questionou ainda o PCP sobre a "suspeita" que, diz, os comunistas lançaram sobre si e a sua contratação, no ano passado, pela gestora de créditos britânica Arrow Global.

O PCP apresentou o processo que anunciou no Ministério Público? Ficou a suspeita e isso não deve continuar", declarou a antiga titular da pasta das Finanças, dirigindo-se ao deputado comunista Miguel Tiago na comissão parlamentar de inquérito sobre a gestão da Caixa Geral de Depósitos (CGD).

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Antes, o deputado do PCP havia questionado a social-democrata sobre se havia tido envolvimento e conhecimento, enquanto responsável da Arrow Global, na venda de carteiras de crédito por parte da Caixa.

"Não tenho qualquer envolvimento sobre as carteiras de crédito compradas", viria a responder Maria Luís Albuquerque.

Em abril de 2016, pouco depois de conhecida a entrada da antiga ministra na Arrow Global, foi noticiado que o PCP queria enviar o parecer parlamentar sobre a situação de Maria Luís Albuquerque ao Ministério Público - hoje, na comissão de inquérito, Miguel Tiago garantiu explicações à social-democrata na segunda ronda de perguntas ou noutro momento oportuno.

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