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Elevado malparado nos bancos foi para "proteger" famílias

Governador do Banco de Portugal compara sistema bancário a um amortecedor

Para o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, o elevado valor de crédito malparado no balanço dos bancos é consequência de estes terem funcionado como amortecedores da crise financeira para as famílias.

Temos elevados NPL [‘non-performing loans’, crédito malparado] porque temos um sistema bancário que serviu de ‘buffer’ entre a crise e o aforrador, teve um papel de amortecedor".

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Numa conferência sobre regulação e supervisão financeira, Carlos Costa referiu-se a um dos principais problemas apontados pelas instâncias internacionais como urgente para Portugal resolver.

O governador do Banco de Portugal lembrou que, nos Estados Unidos da América, onde o mercado de capitais é forte, a crise significou elevadas perdas patrimoniais nas famílias. Já na Europa, foi o sistema bancário que começou por absorver os efeitos da crise. 

Daí o crescimento do crédito malparado, muito significativo nos últimos anos, o que evitou maiores repercurssões no património das famílias, bem como as medidas tomadas pelos bancos centrais, defendeu, citado pela Lusa.

Contudo, admitiu, isto também explica que a crise europeia esteja a ser mais prolongada do que a norte-americana. "Estamos num tratamento prolongado [de cura na Europa], mas a questão que se coloca é que os tratamentos prolongados debilitam o paciente". É isso que faz com que tenhamos um sistema bancário já mais capitalizado, mas que não consegue acompanhar as necessidades de financiamento da economia, concluiu.

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O que dizem as estatísticas

Segundo dados recentes do Banco de Portugal, no final de abril deste ano, o rácio de empréstimos em incumprimento era de 15,4% face ao crédito total, abaixo dos 16,1% de abril de 2016.

Já nas famílias, o valor passou de 5,1% de crédito vencido em abril de 2016 para 4,7% em igual mês deste ano.

Como habitualmente, nas famílias, o malparado é maior no crédito a consumo e outros fins - 11,9% em abril (ainda assim abaixo dos 14,2% de há 12 meses) -, do que nos empréstimos à habitação (3,0% em abril, o mesmo de há um ano).

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